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Período de seca faz ONS emitir alerta para termelétricas

Termelétricas em prontidão para garantir abastecimento de energia no Brasil

Termelétricas em alerta vermelho devido a período de seca. (Foto: SPIC Brasil/Wikimedia Commons)
Termelétricas em alerta vermelho devido a período de seca. (Foto: SPIC Brasil/Wikimedia Commons)
Termelétricas em alerta vermelho devido a período de seca. (Foto: SPIC Brasil/Wikimedia Commons)
Termelétricas em alerta vermelho devido a período de seca. (Foto: SPIC Brasil/Wikimedia Commons)

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) emitiu um alerta para que as usinas termelétricas no Brasil permaneçam em estado de prontidão. Esse pedido visa garantir o abastecimento de energia elétrica durante o período seco e a transição para o período úmido entre 2024 e 2025. A solicitação foi formalizada por meio de uma carta enviada às termelétricas, enfatizando a necessidade de maximização da geração térmica.

Projeções de energia e demanda para as termelétricas

Para o mês de julho, o ONS prevê uma redução nos níveis de armazenamento das hidrelétricas que compõem o Sistema Interligado Nacional (SIN). A Energia Natural Afluente (ENA), que indica a quantidade de água que chega aos reservatórios para geração de energia, deve atingir 57% da média histórica no Sudeste/Centro-Oeste, 50% no Norte e 43% no Nordeste. Em contraste, no Sul, os volumes devem alcançar 164%.

Caso essas projeções se confirmem, os reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste, responsáveis por mais da metade da capacidade de geração de energia do país, deverão ficar em 62,0%. No Sul, a tendência é que os níveis cheguem a 89,8%, no Nordeste a 63,5% e no Norte a 87,2%.

Contexto hidrológico e consumo de energia

Recentemente, as chuvas ficaram abaixo da média histórica, resultando em níveis de água nas bacias hidrográficas inferiores ao esperado. Paralelamente, houve um aumento no consumo de energia elétrica. Essa combinação de fatores levou o ONS a solicitar que as usinas térmicas estejam preparadas para aumentar a geração de energia, se necessário, para atender ao SIN.

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Impacto nos reservatórios e bandeiras tarifárias

Dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) indicam que os reservatórios brasileiros estão com 68,3% de sua capacidade, mais de 10 pontos percentuais abaixo do previsto para esta época do ano. Embora a situação não seja tão crítica quanto a de 2017, quando o país enfrentou uma severa seca, a expectativa é que os níveis não melhorem significativamente até dezembro.

A baixa nos reservatórios implica em um maior uso das usinas termelétricas, que são mais caras de operar. Isso pode resultar em contas de luz mais altas para os consumidores, devido ao acionamento das bandeiras tarifárias. A bandeira amarela, que encarece a tarifa de energia, foi acionada novamente neste mês após dois anos de inatividade.

Reunião do CMSE e medidas adotadas

A decisão de manter as térmicas em prontidão foi tomada durante uma reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) realizada em 5 de julho. O ONS comunicou essa decisão às empresas de geração de energia na semana seguinte. Entre as empresas notificadas estão grandes players do setor, como Petrobras e Âmbar Energia, dos irmãos Joesley e Wesley Batista.

O ONS também pediu que as empresas informem seus cronogramas de manutenção, problemas relacionados à hibernação das usinas e questões de falta de combustível até o final de julho. O objetivo é garantir que todas as usinas estejam prontas para operar a plena capacidade, se necessário.

Custo Marginal da Operação (CMO) e carga de energia

O Custo Marginal da Operação (CMO) foi estimado em R$ 67,77 por megawatt-hora (MWh) para a semana operativa de 13 a 19 de julho. Já a carga, ou seja, a demanda de energia pelos consumidores, deve aumentar 6,1% em relação ao mesmo mês do ano anterior, totalizando 74.635 megawatts médios (MWmed).

Para os subsistemas, a aceleração mais expressiva é prevista no Sul, com 10,9% (13.378 MWmed), seguido pelo Norte, com 9,2% (7.821 MWmed). O crescimento esperado para o Nordeste é de 5,9% (12.291 MWmed) e para o Sudeste/Centro-Oeste de 4,1% (41.145 MWmed).