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FGV aponta crescimento da economia brasileira em maio, análise de Pedro Brandão

Monitor do PIB-FGV: atividade econômica em maio

Dados de crescimento da economia em maio.
Empresário Pedro Brandão, CEO da CredÁgil. (Foto: LC Moreira)
Dados de crescimento da economia em maio.
Empresário Pedro Brandão, CEO da CredÁgil. (Foto: LC Moreira)

O Monitor do PIB da Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou na terça-feira (16) um crescimento economia brasileira de 0,3% em maio em relação a abril. O empresário Pedro Brandão, especialista em finanças e CEO da CredÁGIL, destacou com exclusividade ao Economic News Brasil que é importante analisar e comparar outros dados, como o mesmo mês do ano anterior, quando a economia cresceu 1,3%, e o trimestre móvel encerrado em maio, que registrou um crescimento de 1,9%. A taxa acumulada em 12 meses até maio foi de 2,4%.

Desempenho de Consumo e Investimentos

O crescimento da economia brasileira maio foi impulsionado principalmente porque as famílias gastaram mais em serviços, registrando o maior aumento do ano.

“Os bons desempenhos de emprego e programas de transferência de renda elevaram o poder aquisitivo, resultando em um consumo mais concentrado em serviços”, comentou Brandão.

Os investimentos também cresceram nesse período, evidenciando uma demanda interna aquecida. No entanto, a capacidade produtiva interna mostrou estabilidade, com crescimento apenas na agropecuária, enquanto a indústria e o setor de serviços permaneceram estáveis​.

Análise dos Componentes da Demanda

Uma análise detalhada de Pedro Brandão ao Econdos componentes da demanda ao longo dos trimestres mostrou menos variações, permitindo entender melhor as trajetórias desses componentes.

  • Consumo das Famílias: O consumo das famílias cresceu 4,6% no trimestre móvel findo em maio, com maior influência do consumo de serviços e produtos não duráveis. Brandão comentou: “O consumo de produtos não duráveis foi o único que continuou a crescer entre os trimestres móveis de abril e maio”​.

  • FBCF: A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) cresceu 4,5% no trimestre móvel findo em maio, com todos os componentes contribuindo positivamente, apesar de uma redução na contribuição do segmento da construção. “Os investimentos em máquinas e equipamentos foram os principais impulsionadores deste crescimento”, observou Brandão​.

  • Exportação: A exportação cresceu 3,2% no trimestre móvel findo em maio, mas a exportação de produtos agropecuários contribuiu negativamente, explicando a redução do ritmo de crescimento das exportações. “A menor contribuição das exportações de produtos da extrativa e de bens de consumo também foi um fator importante”, acrescentou o especialista.

  • Importação: A importação cresceu 10,3% no trimestre móvel findo em maio, influenciada pelo crescimento de todos os seus componentes, destacando-se a importação de serviços e bens intermediários. “O crescimento expressivo da importação de bens intermediários e serviços foi crucial para este aumento”, destacou o CEO da CredÁGIL.

PIB em Valores e Taxa de Investimento

Calcula-se que o PIB até maio de 2024, em valores atuais, tenha sido de R$ 4,528 trilhões. A taxa de investimento em maio de 2024 foi de 18,0%, pouco acima da média desde 2000​​.

Comparações com Abril

Em abril, a atividade econômica apresentou uma queda de 0,1% em relação a março. No entanto, a economia cresceu 5,1% na comparação interanual. A taxa acumulada em 12 meses até abril foi de 2,7%. O consumo das famílias cresceu 5,5% no trimestre móvel findo em abril, puxado pelo consumo de serviços e produtos não duráveis​.

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Análise de Pedro Brandão

Pedro Brandão observou que os resultados de maio podem indicar uma taxa positiva para o PIB do segundo trimestre. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará esses dados em setembro.

Enchentes no Rio Grande do Sul

Brandão acrescentou que os dados de maio indicam que o impacto das enchentes no Rio Grande do Sul foi menor que o previsto. A demanda interna no estado permaneceu sustentada.

“Mesmo com a crise, permaneceu a necessidade de aquisição de bens duráveis lá, o que deve ter sustentado a demanda interna,” disse Brandão. “Talvez, o impacto sobre a produção agropecuária não tenha sido tão grande; soja e arroz já haviam sido colhidos antes das enchentes,” completou.

Ele acredita que a economia brasileira continuará a crescer no segundo trimestre, apoiada por uma demanda interna aquecida. “Tenho a sensação de que vai continuar a crescer nesse segundo trimestre,” concluiu Brandão​.