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Incorporadoras do Minha Casa, Minha Vida têm recorde de vendas

Vendas e lançamentos impulsionam mercado imobiliário

Imóveis residenciais - Minha Casa, Minha Vida
Minha Casa, Minha Vida no Residencial Cidade Jardim III. Fortaleza, no Ceará
(Imagem: Ricardo Stuckert/Presidência da República)
Imóveis residenciais - Minha Casa, Minha Vida
Minha Casa, Minha Vida no Residencial Cidade Jardim III. Fortaleza, no Ceará
(Imagem: Ricardo Stuckert/Presidência da República)

As incorporadoras listadas na B3, a bolsa de valores de São Paulo, que atuam no programa habitacional Minha Casa, Minha Vida (MCMV), registraram recordes de vendas no segundo trimestre de 2024. Sendo assim, o desempenho é reflexo dos incentivos ao programa habitacional que aumentaram o poder de compra da população.

Entre abril e junho, empresas como Cury, Direcional, MRV e Plano & Plano alcançaram picos de vendas de imóveis, conforme demonstraram as prévias operacionais. A Tenda também apresentou um crescimento relevante nas vendas, apesar de não ter atingido um recorde.

No segundo trimestre de 2024, essas incorporadoras alcançaram vendas líquidas de R$ 7,2 bilhões, representando um aumento de 33,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Todas as empresas aceleraram os novos projetos, lançando empreendimentos avaliados em R$ 7,1 bilhões, um crescimento de 31,8% na comparação anual.

Ricardo Paixão, diretor financeiro e de relações com investidores da MRV&Co, destacou que o Minha Casa, Minha Vida está em sua melhor fase, graças à entrada em vigor de várias medidas de incentivo nos últimos meses. “O momento é muito bom. E vai ficar ainda melhor”, afirmou, referindo-se a outras melhorias em implementação.

Incentivo

Desde a metade de 2023, o governo federal adotou diversas medidas para fortalecer o programa MCMV. O governo aumentou o subsídio para aquisição de imóveis de R$ 47,5 mil para R$ 55 mil, reduziu os juros em 0,25 ponto percentual para o financiamento das famílias de menor renda, agora variando entre 4% e 4,25% ao ano. Além disso, elevou o teto de preços dos imóveis de R$ 265 mil para R$ 350 mil. As mudanças permitiram a inclusão de um maior número de moradias no programa.

Adicionalmente, o governo estendeu o prazo de financiamento de 30 para 35 anos. Mais recentemente, o governo reduziu a alíquota do Regime Especial de Tributação (RET) para projetos da faixa 1 do MCMV, que atende famílias com renda de até R$ 2,6 mil, de 4% para 1%, aumentando o interesse das construtoras nesse segmento.

Outra medida importante foi a implementação do ‘FGTS Futuro’, que permite aos mutuários utilizar os depósitos futuros do FGTS para pagar as parcelas do financiamento, resultando em um maior poder de compra.

Subsídios estaduais

Os governos estaduais também contribuíram para impulsionar as vendas, oferecendo subsídios adicionais aos compradores de imóveis do MCMV. O programa Casa Paulista, de São Paulo, oferece subsídios entre R$ 11 mil e R$ 16 mil. Em Pernambuco, o programa Morar Bem disponibiliza R$ 20 mil, enquanto no Paraná, o Casa Fácil fornece subsídios similares. No entanto, outras iniciativas semelhantes estão presentes no Rio de Janeiro, Goiás, Rio Grande do Sul e em outros estados.

Os programas estaduais foram essenciais para aumentar o apetite das construtoras e facilitar a entrada de famílias de baixa renda no mercado imobiliário.

Na MRV, 55% das cidades onde a empresa opera já possuem programas adicionais, e outras 25% indicaram que adotarão medidas semelhantes em breve. A Tenda também relatou que os programas regionais ampliaram as vendas brutas em São Paulo, Ceará e Pernambuco.

Aumento dos preços

Apesar do aumento nos preços dos imóveis, as vendas continuaram a crescer, resultando em ganhos de margem de lucro para as empresas. No segundo trimestre, o preço médio dos apartamentos da MRV foi de R$ 245 mil, um aumento de 9,6% em um ano. Na Cury, o preço médio foi de R$ 301,5 mil, alta de 8,3%; na Plano & Plano, R$ 235 mil, aumento de 8,5%; e na Tenda, R$ 212,1 mil, alta de 4,4%. Contudo, a Direcional não divulgou esse dado.