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Braskem obtém licença para navegação e projeta economia milionária

Empresa visa reduzir custos e aumentar eficiência logística

Braskem define novas estratégias. (Foto: Divulgação)
Braskem define novas estratégias. (Foto: Divulgação)
Braskem define novas estratégias. (Foto: Divulgação)
Braskem define novas estratégias. (Foto: Divulgação)

A Braskem, a maior produtora de resinas termoplásticas das Américas, está expandindo suas operações para incluir o setor de navegação. Em junho, a empresa obteve aprovação da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) para operar como uma Empresa Brasileira de Navegação (EBN). Esta nova autorização permitirá que a Braskem transporte produtos líquidos e gases produzidos em suas unidades no Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil, além de resinas PVC e soda cáustica de sua fábrica em Alagoas​.

Objetivos da nova operação da Braskem

Com a nova licença, a Braskem poderá alugar ou operar navios com tripulação contratada, iniciando suas operações de cabotagem entre a Bahia e o Rio de Janeiro nos próximos meses. A empresa espera uma economia anual de custos de aproximadamente R$ 10 milhões. Eduardo Ivo Cavalcanti, gerente de logística da Braskem, destacou que esta iniciativa não apenas reduzirá custos, mas também aumentará a competitividade da indústria petroquímica brasileira, possibilitando oferecer serviços de transporte para empresas parceiras no mercado nacional​.

Impactos ambientais e logísticos

Além dos benefícios econômicos, a Braskem está comprometida com a redução das emissões de CO2 através de otimizações logísticas. A empresa será pioneira no segmento ao operar com embarcações próprias na cabotagem, o que também trará maior segurança às operações marítimas. A Braskem Trading & Shipping (BTS), sediada na Holanda, coordenará a operação marítima e avaliará estratégias de movimentação de produtos e matérias-primas​.

Mudanças no processo operacional

Antes de se tornar uma EBN, a Braskem utilizava embarcações com tripulação estrangeira, o que exigia a renovação de vistos a cada três meses, aumentando os custos operacionais. Com a nova licença, a empresa espera facilitar a programação logística e reduzir significativamente esses custos. Além disso, a Braskem está construindo um terminal no México para receber etano norte-americano, com um investimento de US$ 500 milhões, previsto para conclusão em fevereiro de 2025​.

A Braskem planeja, no futuro, desenvolver sua própria frota de navios, uma decisão que será tomada gradualmente após avaliações da BTS. A empresa está entre as três maiores do Brasil em movimentação de carga por cabotagem, destacando-se pela movimentação de quase 8 milhões de toneladas de resinas por ano​.

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Enquanto isso, uma CPI: legislação futura pode prevenir desastres ambientais

Por outro lado, uma das principais realizações da CPI da Braskem, vinculada à companhia e concluída em 21 de maio, foi a criação de medidas legislativas para evitar futuros desastres ambientais devido à falta de fiscalização e regulação na atividade minerária. Estas propostas estão atualmente em discussão no Senado e devem progredir no segundo semestre. Dois destes projetos estão sendo analisados pela Comissão de Meio Ambiente (CMA), um pela Comissão de Ciência, Tecnologia (CCT) e o PLP pela Comissão de Infraestrutura (CI). Três dos projetos já têm relatores designados.

A extração de sal-gema do subsolo, praticada desde os anos 70, resultou no afundamento de bairros inteiros em Maceió (AL), afetando mais de 60 mil pessoas e destruindo suas moradias. Em novembro passado, novos tremores foram registrados na área, levando a prefeitura de Maceió a declarar situação de emergência devido ao risco iminente de colapso de uma mina da Braskem no bairro do Mutange, perto da Lagoa de Mundaú. Em resposta a esse cenário, a pedido do senador Renan Calheiros (MDB-AL), a CPI foi instaurada em dezembro para investigar o desastre ambiental e apurar a responsabilidade jurídica e socioambiental da Braskem.