O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), conhecido como “inflação do aluguel” chegou à 0,61% em julho, após ter registrado um avanço de 0,81% no mês anterior. Segundo informe da Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta terça-feira (30), o índice acumula uma alta de 1,71% no ano e 3,82% nos últimos 12 meses. Em julho de 2023, o IGP-M havia registrado uma taxa de -0,72% no mês e acumulava uma queda de 7,72% nos 12 meses anteriores. Apesar da desaceleração, o dado ficou acima da expectativa dos analistas consultados pela Reuters, que previam uma alta de 0,46%.
O IGP-M é utilizado como referência para reajuste de contratos, incluindo os de aluguel. Ele calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência. O Relatório de Mercado Focus do Banco Central revisou a inflação esperada para o IGP-M neste ano, de alta de 3,49% para 3,52%. Para 2025, a estimativa passou de 3,95% para 4,00%.
Análise dos componentes do IGP-M
Os três índices que compõem o IGP-M apresentaram desaceleração de junho para julho. No índice ao produtor e ao consumidor, mesmo com a influência da desvalorização cambial e dos reajustes de preços administrados, como gasolina e energia, os índices subiram menos nesta edição. A queda expressiva nos preços dos alimentos in natura foi um fator chave tanto no índice ao produtor quanto ao consumidor.
Influência da mão de obra e da inflação no INCC
No Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), a alta da mão de obra foi menor, o que contribuiu para o arrefecimento da inflação neste segmento. André Braz, coordenador dos Índices de Preços da FGV, destacou que os três componentes que formam o IGP-M mostraram perda de fôlego na passagem do mês.
“No índice ao produtor e ao consumidor, apesar da influência da desvalorização cambial e dos reajustes de preços administrados, como gasolina e energia, os índices subiram menos nesta edição. Destaca-se a queda expressiva nos preços dos alimentos in natura, tanto no índice ao produtor quanto ao consumidor. No âmbito do INCC, a alta da mão de obra foi menor, o que contribuiu para o arrefecimento da inflação neste segmento.”
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Previsões futuras e contexto econômico
A revisão nas expectativas de inflação para o IGP-M reflete a complexidade do cenário econômico atual. A desvalorização cambial e os reajustes nos preços administrados, como gasolina e energia, continuam a influenciar os índices. No entanto, a queda nos preços dos alimentos in natura e a menor alta da mão de obra no INCC apontam para uma desaceleração da inflação em alguns segmentos.