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Economia chinesa: governo lança propostas para aumentar consumo interno

Governo detalha medidas para impulsionar economia doméstica

Entenda como o consumo interno pode fortalecer economia chinesa. (Foto: Divulgação/China Daily)
Entenda como o consumo interno pode fortalecer economia chinesa. (Foto: Divulgação/China Daily)
Entenda como o consumo interno pode fortalecer economia chinesa. (Foto: Divulgação/China Daily)
Entenda como o consumo interno pode fortalecer economia chinesa. (Foto: Divulgação/China Daily)

No último sábado (3), o governo da China anunciou uma nova diretriz focada em impulsionar o consumo de itens básicos e melhorar a qualidade dos serviços no país. O plano visa expandir a presença econômica da indústria de alimentos e bebidas, além de fomentar o turismo e a cultura. Esta iniciativa surge como resposta ao pior ritmo de crescimento econômico registrado em cinco trimestres.

Economia chinesa: medidas para estimular o consumo

O plano do governo chinês abrange uma série de medidas detalhadas para aumentar o consumo e a qualidade de vida dos cidadãos. Entre as ações destacadas, está o lançamento de atividades culturais e a promoção de visitas de estrangeiros ao país. Além disso, há um esforço para acelerar a retomada de voos e fortalecer a oferta de serviços de pagamento, ampliando a isenção de vistos para mais países.

As autoridades têm manifestado a intenção de alterar a matriz econômica da China, focando mais no consumo e na qualidade de vida. O consumo relacionado a esportes, educação e treinamento, e serviços residenciais também será estimulado.

Fomento a diversos setores

O governo chinês pretende incentivar o comércio social, o comércio ao vivo, o consumo verde, os e-sports e a saúde. Em um movimento estratégico, foi divulgada uma lista de 20 pontos prioritários para reverter a demanda doméstica fraca, com um foco especial na “economia grisalha”, voltada para a terceira idade. As medidas incluem o desenvolvimento de indústrias de cuidados com idosos inteligentes e saudáveis, adaptação de residências para idosos, e a melhoria de rotas de turismo inclusivas.

A renovação de áreas residenciais degradadas e a expansão de instituições de cuidados para idosos também fazem parte do plano. As autoridades buscarão ampliar a oferta de serviços de cuidados na primeira infância, como creches, além de oferecer maiores deduções de impostos para gastos com este público.

Economia digital e verde

Outro aspecto do plano envolve a economia chinesa digital. O governo chinês planeja fomentar lojas de varejo sem atendentes, armários para retirada autônoma, serviços médicos online e educação remota. Além disso, haverá apoio ao desenvolvimento de esportes eletrônicos e da indústria cultural digital, como literatura e cinema.

A economia verde também é uma prioridade, com a necessidade de aprimorar os padrões de serviços verdes e de baixa pegada de carbono. A inovação tecnológica e os estímulos às empresas do setor serão fundamentais para alcançar esses objetivos. Pequim também planeja incentivar novas áreas de turismo de lazer, incluindo navios de cruzeiro, camping, iatismo e voos em baixa altitude.

Infraestrutura e serviços

O plano do governo chinês também aborda melhorias na infraestrutura do país. Serão realizadas melhorias nas calçadas e áreas peatonais, e acelerada a construção de espaços de convivência públicos nas cidades, de forma a garantir acesso a serviços essenciais a 15 minutos de distância da população.

Além disso, a supervisão dos serviços de consumo será aprimorada, com medidas para combater propaganda enganosa e fraudes, além da criação de uma base de dados sobre a reputação das empresas.

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Envelhecimento populacional e serviços de cuidados

O governo da China está comprometido em aumentar a oferta de serviços de cuidados para idosos, um nicho de desenvolvimento devido ao envelhecimento da população. A renovação de áreas residenciais e a expansão de instituições de cuidados para idosos estão nos planos, buscando utilizar espaços vagos para novas construções.

O incentivo ao consumo doméstico inclui a promoção de festivais culinários e a valorização da gastronomia de rua, muito apreciada pelos chineses. A proposta também prevê incentivos para que grandes empresas estrangeiras do setor alimentício inaugurem pontos de venda na China.

Impacto econômico e futuro

Apesar dos esforços para estimular a economia chinesa, analistas destacam que as medidas podem ter um impacto limitado devido à retirada de capital estrangeiro, excesso de capacidade de produção e demanda doméstica lenta. A Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC) e o Ministério das Finanças anunciaram a alocação de 300 bilhões de yuans em títulos do tesouro para apoiar atualizações de equipamentos e projetos de troca de bens de consumo.

Especialistas apontam que, com a demanda interna fraca e a bolha imobiliária ainda não resolvida, o impacto dessas medidas pode ser reduzido. No entanto, o governo chinês está determinado a fortalecer o consumo doméstico e atingir sua meta de crescimento anual de cerca de 5% para 2024.