Os Correios enfrentam uma greve por tempo indeterminado a partir de quinta-feira (8), iniciada às 22h após a rejeição de uma proposta apresentada pela empresa. Apesar do movimento, os Correios garantem que todos os serviços estão operando normalmente.
O sindicato da categoria, representado pela Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect), anunciou a paralisação após não chegar a um consenso com a empresa. A Findect criticou a proposta dos Correios por não atender às principais demandas dos trabalhadores, como reajuste salarial e melhorias no plano de saúde.
Os Correios, por sua vez, informaram que todas as agências estão abertas e os serviços continuam disponíveis. Para mitigar os impactos da greve, a empresa está realizando remanejamentos de funcionários e horas extras. A empresa também ressaltou que está cobrindo ausências pontuais e localizadas causadas pela paralisação.
Reivindicações dos Trabalhadores
A campanha dos trabalhadores, iniciada em maio, aborda quatro áreas principais: questões econômicas, benefícios, plano de saúde e disposições gerais. Entre as principais reivindicações estão a correção integral dos salários conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), a retomada de vales alimentação extras e a redução do custo do plano de saúde para os empregados.
A última proposta dos Correios incluiu um aumento salarial de 6,05% a partir de janeiro e um aumento de 4,11% nos benefícios a partir de agosto. A proposta também conta com um aumento de 20% na função dos motoristas e motociclistas. Além disso, sugere um acréscimo de R$ 50,93 no vale alimentação para trabalhadores com remuneração de até R$ 7,3 mil e um pagamento integral extra em dezembro.
Pendências e continuação das negociações
No entanto, as questões sobre o plano de saúde permanecem pendentes. A proposta da empresa previa apenas uma redução da coparticipação de 30% para 15%. A mudança na base de cálculo da coparticipação, de salário bruto para salário base, não foi abordada.
A Findect representa cinco sindicatos no Brasil, enquanto outros cinco sindicatos afiliados à Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect) também aderiram ao movimento. Sindicatos como o Sintect-DF mantêm um “estado de greve”, aguardando mais avanços nas negociações antes de uma paralisação completa.
O diretor de comunicação do Sintect-DF, Carlos Golveia, destacou que se não houver progresso nas negociações a greve pode ser ampliada. A entidade está comprometida em esgotar todos os canais de negociação antes de uma possível paralisação total.