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Magda Chambriard afirma que prejuízo da Petrobras é “dentro do esperado”

Presidente explica fatores que levaram ao prejuízo

Magda Chambriard - Presidente da Petrobras
(Imagem: Roberto Farias/Agência Petrobras)
Magda Chambriard - Presidente da Petrobras
(Imagem: Roberto Farias/Agência Petrobras)

A Petrobras reportou um prejuízo de R$ 2,6 bilhões no segundo trimestre de 2024. Recentemente, a presidente da empresa, Magda Chambriard, classificou o resultado como “dentro do esperado” durante uma coletiva de imprensa online. Ela explicou que eventos pontuais e não recorrentes, já conhecidos pelo mercado, causaram o impacto negativo.

Entre os fatores que contribuíram para o resultado, Magda Chambriard destacou o acordo tributário com o Ministério da Fazenda, que envolveu R$ 19,80 bilhões para resolver litígios relacionados a remessas ao exterior. Além disso, a empresa também enfrentou custos com o acordo salarial 2023-2025 e a desvalorização cambial, o que afetou negativamente o balanço.

“Sem esses fatores, nosso resultado teria sido positivo, em linha com o trimestre anterior”, afirmou a presidente.

Mesmo com o prejuízo, a Petrobras seguirá com a distribuição de dividendos, conforme anunciado. A estatal aprovou o pagamento de R$ 13,6 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio aos acionistas e pagará em duas parcelas. Uma parcela será paga em novembro e outra em dezembro. No entanto, a União, que detém 28,67% das ações da Petrobras, será a maior beneficiada com essa remuneração.

A possibilidade de dividendos extraordinários ainda este ano não está descartada, conforme afirmou o diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores, Fernando Melgarejo. Ele explicou que essa decisão dependerá da análise detalhada dos fluxos de caixa futuros da empresa e da capacidade de financiamento dos projetos entre 2025 e 2029.

Política de Preços

Questionada sobre o impacto dos preços dos combustíveis no resultado negativo, a diretoria da Petrobras defendeu a estratégia adotada desde maio de 2023. O objetivo é evitar repasses imediatos das variações internacionais para o mercado interno. Claudio Schlosser, diretor de Logística, Comercialização e Mercados, explicou que essa abordagem busca proteger o mercado brasileiro das flutuações diárias do preço do petróleo e derivados.

 

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Magda Chambriard reforçou a importância de manter essa política de preços para não perder participação no mercado. Ela destacou que um aumento de preços poderia agravar a ligeira perda de market share observada nos últimos meses.

Gasoduto Rota 3

A Petrobras também anunciou que o Gasoduto Rota 3, fundamental para o escoamento de gás natural do pré-sal da Bacia de Santos, deverá entrar em operação até setembro de 2024. O projeto, que se estende por aproximadamente 355 quilômetros, sendo 307 quilômetros de trecho marítimo e 48 quilômetros de trecho terrestre, escoará cerca de 18 milhões de m³ de gás natural por dia.

Renata Baruzzi, diretora Executiva de Engenharia, Tecnologia e Inovação, informou que a conclusão da completação mecânica está prevista para agosto. No entanto, o início das operações deve acontecer no terceiro trimestre.

“Esse projeto é importante para o estado do Rio de Janeiro e para ampliar a oferta de gás natural em todo o Brasil”, destacou Renata Baruzzi.