O Citi Brasil encerrou o primeiro semestre de 2024 com um lucro líquido de R$ 896 milhões. É um crescimento de 3,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Esse desempenho se deve principalmente ao aumento das margens financeiras, que atingiram R$ 3,3 bilhões, ou seja, um crescimento de 37% em relação ao mesmo período de 2023. No entanto, o crescimento sofreu impacto parcial devido ao maior provisionamento contra inadimplência e às despesas relacionadas à reestruturação global do banco.
A carteira de crédito do Citi expandiu 8,3%, totalizando R$ 49 bilhões, em linha com as expectativas da instituição. “O crescimento da carteira estava dentro do que prevíamos,” comentou Marcelo Marangon, presidente do Citi Brasil. Para o segundo semestre, o banco projeta um crescimento mais moderado, influenciado por um cenário econômico mais incerto e uma possível redução no ritmo de atividade.
O cenário global também apresenta desafios, com as eleições nos Estados Unidos e discussões sobre cortes de juros que podem impactar a volatilidade do mercado financeiro. Esses fatores fizeram com que muitas empresas buscassem crédito e realizassem emissões de dívida ainda no primeiro semestre.
Diante de um ambiente econômico incerto, o Citi aumentou suas provisões para potenciais inadimplências, elevando o custo de crédito de 0,78% para 1,36% da carteira. Apesar disso, o banco manteve a taxa de inadimplência baixa, em 0,03%, o que reflete a qualidade da sua carteira de crédito, composta majoritariamente por grandes empresas, um segmento com menor risco de inadimplência em comparação ao varejo bancário.
Expansão e Reestruturação
O Citi Brasil fechou o primeiro semestre com R$ 213 bilhões em ativos, um crescimento de 14,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) foi de 14,1%, superior ao registrado no primeiro semestre de 2023. Já os depósitos de clientes aumentaram 10%, totalizando R$ 72 bilhões. De acordo com Marangon, o banco está bem posicionado para continuar crescendo no segundo semestre, atendendo à demanda de grandes empresas e investidores estrangeiros.
A reestruturação global do conglomerado impactou o desemprenho do banco no Brasil, gerando despesas não recorrentes de R$ 300 milhões no país, incluindo R$ 130 milhões com a reorganização de processos e R$ 170 milhões relacionados à redução da força de trabalho. O Citi reduziu o quadro de funcionários em 5% no Brasil, encerrando o semestre com 2.169 colaboradores. O processo de reestruturação deverá continuar no segundo semestre e em 2025. A expectativa é de que o banco retome um “fluxo normal” de operações a partir de 2026.
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A CEO do Citi, Jane Fraser, implementou um plano global para simplificar as operações e melhorar a rentabilidade. Em alguns mercados, o banco vendeu suas operações de varejo e unificou áreas para otimizar suas operações. Contudo, no Brasil, a expectativa é que as mudanças implementadas contribuam para fortalecer a posição do Citi no mercado local.