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Com a aceleração na demanda de aço, o que esperar do setor siderúrgico?

Indústria prevê aumento da demanda com foco em sustentabilidade

Aceleração na demanda de aço impacta em diversas questões para o setor siderúrgico. (Foto: Reprodução/Miguel Ângelo)
Aceleração na demanda de aço impacta em diversas questões para o setor siderúrgico. (Foto: Reprodução/Miguel Ângelo)
Aceleração na demanda de aço impacta em diversas questões para o setor siderúrgico. (Foto: Reprodução/Miguel Ângelo)
Aceleração na demanda de aço impacta em diversas questões para o setor siderúrgico. (Foto: Reprodução/Miguel Ângelo)

Executivos do setor siderúrgico no Brasil estão projetando um crescimento da demanda interna que acompanha ou até supera o crescimento esperado do PIB, que está previsto em 2% para 2024. De acordo com o Instituto Aço Brasil (IABr), a expectativa é que o consumo aparente de aço aumente em 1%, atingindo 24,2 milhões de toneladas em 2024. No entanto, Jefferson De Paula, presidente da ArcelorMittal Brasil, sugere ao Valor que, com uma expansão do PIB de 2%, o consumo de aço poderia crescer entre 2% e 3%.

Aceleração na demanda de aço: setores que impulsionam a expansão

O otimismo no setor siderúrgico é sustentado principalmente pela demanda crescente de setores como construção civil, indústria e o setor automobilístico. Gustavo Werneck, CEO da Gerdau, menciona a previsão da Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), que estima um aumento de 8,5% nos lançamentos de imóveis em 2024, e o crescimento de 3% no setor de construção civil, conforme divulgado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

No setor automobilístico, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) projeta um crescimento de 4,9% na produção em 2024, com destaque para o aumento de 32,1% na produção de veículos pesados, como caminhões e ônibus. Em contraste, a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) prevê uma retração de 7% em suas atividades, refletindo o cenário misto dentro do setor industrial.

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Impacto na infraestrutura e projeções futuras

Para o futuro próximo, a estabilidade das condições econômicas sugere uma continuidade na aceleração da demanda de aço, com uma previsão de aumento de 2% para 2025. De acordo com o consultor Helcio Takeda, sócio-diretor da Pezco Economics, o consumo de aço no Brasil deve continuar crescendo, podendo atingir 28,8 milhões de toneladas em 2027-2028, um retorno aos níveis anteriores à recessão de 2015-2016.

Investimentos em infraestrutura como motor de crescimento

O investimento em infraestrutura, especialmente os R$ 1,7 trilhão previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), é visto como um potencial motor de crescimento para a demanda de aço no Brasil. No entanto, a efetivação desses investimentos ainda é incerta. De acordo com a Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), o Brasil precisa investir anualmente 4,31% do PIB em infraestrutura para superar as deficiências nas áreas de saneamento, transportes, energia elétrica e telecomunicações.

ESG e sustentabilidade no setor siderúrgico: possibilidade ou greenwashing?

Com a aceleração na demanda de aço, a sustentabilidade é outro desafio que o setor siderúrgico enfrenta. A adesão à agenda ESG (Environmental, Social, and Governance) tornou-se central, com foco na descarbonização e redução das emissões de CO2. Atualmente, a siderurgia brasileira emite cerca de 4% das emissões totais de CO2 do país, um número significativamente menor do que a média global de 7%. Empresas como a Aço Verde Brasil (AVB) e a ArcelorMittal estão liderando iniciativas para reduzir essas emissões por meio de investimentos em tecnologias verdes, como hidrogênio verde e biomassa.