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Dólar em alta afeta balanços de empresas no 2T24 

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Dólar em alta impacta grandes empresas no 2T24 (Foto: Pixabay/Pexels).
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Dólar em alta impacta grandes empresas no 2T24 (Foto: Pixabay/Pexels).

O segundo trimestre de 2024 trouxe desafios significativos para várias grandes empresas brasileiras, devido ao dólar em alta. Com o real desvalorizando-se consideravelmente, empresas como Usiminas, Suzano, Azul, Braskem e Petrobras enfrentaram impactos financeiros negativos substanciais.

Valor do Dólar e impactos gerais 

No início de 2024, o dólar em alta estava cotado a R$ 4,95, mas no segundo trimestre, subiu para uma média de R$ 5,22. Este aumento foi refletido diretamente nas finanças das empresas listadas, cujas dívidas em dólares elevaram os custos e prejudicaram os lucros. Ao final de junho, a moeda americana alcançou R$ 5,59, uma alta de 11,6% em relação a março. 

Petrobras (PETR4) 

A Petrobras registrou um prejuízo líquido de R$ 2,605 bilhões no 2T24, o primeiro prejuízo desde 2020. O impacto cambial sobre a dívida em dólares e o custo de um acordo tributário foram os principais fatores desse resultado negativo. Apesar disso, a estatal espera compensar futuros efeitos adversos com uma gestão eficiente das receitas

Braskem (BRKM5) 

Braskem viu seu prejuízo líquido aumentar para R$ 3,74 bilhões no 2T24, em comparação com R$ 771 milhões no trimestre anterior. O impacto da desvalorização do real foi de R$ 4,5 bilhões, resultando em uma elevação de 11% nas despesas financeiras. 

Usiminas (USIM5) 

A Usiminas registrou um prejuízo líquido de R$ 100 milhões no segundo trimestre, revertendo o lucro de R$ 36 milhões do trimestre anterior. O aumento no custo da dívida em dólar e o encarecimento das matérias-primas, especialmente o aço, pressionaram os resultados financeiros da companhia. 

Suzano (SUZB3) 

Suzano enfrentou um prejuízo líquido de R$ 3,7 bilhões no 2T24. A empresa foi severamente impactada pela desvalorização do real, que gerou um impacto financeiro de R$ 6,4 bilhões. O resultado financeiro negativo totalizou R$ 11 bilhões, exacerbado pelo aumento da dívida em moeda estrangeira. 

Azul (AZUL4) 

A Azul relatou um prejuízo líquido ajustado de R$ 744,4 milhões no segundo trimestre. O impacto negativo de R$ 3,1 bilhões devido à desvalorização do real, combinado com problemas operacionais em decorrência das enchentes no Rio Grande do Sul, agravou a situação financeira da companhia aérea. 

Efeito do câmbio nos balanços 

As variações cambiais afetam diretamente as demonstrações financeiras das empresas, especialmente aquelas com dívidas em moeda estrangeira. As normas contábeis exigem que essas dívidas sejam convertidas para reais usando a taxa de câmbio vigente no final do trimestre, resultando frequentemente em perdas contábeis significativas, apesar de não haver desembolso de caixa imediato.