As expectativas de inflação dos consumidores na zona do euro permaneceram estáveis em julho. Os dados correspondem a uma pesquisa do Banco Central Europeu (BCE) divulgada nesta sexta-feira (23). Esta estabilidade foi observada pelo terceiro mês consecutivo, embora as projeções para os próximos três anos tenham mostrado uma leve alta.
Pesquisa de Expectativas do Consumidor
A Pesquisa de Expectativas do Consumidor do BCE revelou que a mediana das expectativas dos consumidores para a inflação nos próximos 12 meses permaneceu em 2,8%. Esse valor está em linha com os índices observados, e representa uma queda em relação aos 3,3% registrados em janeiro deste ano.
Para um horizonte mais longo, as expectativas de inflação para os próximos três anos aumentaram ligeiramente, passando de 2,3% em junho para 2,4% em julho. Esse ajuste reflete uma pequena mudança no sentimento dos consumidores, possivelmente influenciada por incertezas econômicas e pressões inflacionárias ainda presentes na economia global.
Além disso, a pesquisa do BCE destacou um certo pessimismo em relação ao crescimento econômico da zona do euro. Os consumidores esperam uma contração do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,0% nos próximos 12 meses, um aumento em relação à previsão de -0,9% feita no mês anterior. Essa perspectiva mais negativa pode estar relacionada a uma combinação de fatores, como as políticas monetárias restritivas adotadas pelo BCE para conter a inflação e as incertezas geopolíticas que afetam a região.
Abrangência da pesquisa
A pesquisa abrange 11 dos 20 países da zona do euro, representando 96% do PIB e 94% da população do bloco. Este levantamento é uma ferramenta importante para as autoridades monetárias da região, que a utilizam para avaliar a confiança do público em sua capacidade de atingir a meta de inflação de 2%.
Essas expectativas estáveis sugerem que, apesar dos desafios econômicos, os consumidores ainda acreditam que o BCE conseguirá eventualmente controlar a inflação. No entanto, a leve alta nas expectativas de inflação para os próximos três anos e a previsão de retração econômica indicam que os riscos permanecem.