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Alta do cacau no segundo semestre desafia fabricantes e consumidores

Crise na oferta de cacau no segundo semestre. (Foto: Elle inlom/Unsplash)
Crise na oferta de cacau no segundo semestre. (Foto: Elle inlom/Unsplash)
Crise na oferta de cacau no segundo semestre. (Foto: Elle inlom/Unsplash)
Crise na oferta de cacau no segundo semestre. (Foto: Elle inlom/Unsplash)

Os fabricantes de chocolate vêm enfrentando um segundo semestre desafiador. Isso se dá devido ao aumento dos custos relacionados ao cacau, que está em uma das maiores crises de oferta das últimas décadas. Como resultado, os preços do chocolate, que já acumularam alta de até 18% no Brasil entre janeiro do ano passado e maio deste ano, segundo a Kantar, devem sofrer novos aumentos.

Crise na oferta de cacau e o impacto na indústria

Recentemente, Ana Manz, diretora financeira da Nestlé, esteve em teleconferência com analistas. Na ocasião, a diretora afirmou: “Veremos o preço da commodity continuar subindo. E, nesse caso, ajustaremos os preços”. A empresa, que havia se beneficiado de preços mais favoráveis nos primeiros meses do ano devido a estratégias de proteção (hedge), espera margens menores na segunda metade de 2024.

Além disso, de acordo com a Organização Internacional do Cacau (ICCO), a demanda mundial por cacau deve superar a oferta em 439 mil toneladas na safra 2023/24. De tal maneira, esta é a terceira temporada consecutiva com déficit na produção global. Os preços do cacau na bolsa de Nova York atingiram patamares recordes, com a tonelada chegando a US$ 11.878 em abril de 2024. Nos últimos 12 meses, a valorização da commodity alcançou 121%, segundo o Valor Data.

Respostas das empresas

Diante desse cenário, a Nestlé reafirma seu compromisso em ajustar preços de forma responsável, apostando na expansão do programa de sustentabilidade Nestlé Cocoa Plan no Brasil. Já a Mondelez, proprietária das marcas Lacta e Oreo, busca proteger pontos de preço críticos e desenvolver produtos em diferentes formatos, como embalagens promocionais e tamanhos família, para mitigar o impacto nos consumidores.

Consumo de chocolate no Brasil

Apesar do cenário de alta do cacau, o consumo de chocolate no Brasil cresceu 15,5% em volume de janeiro a maio de 2024, segundo a Kantar. Essa categoria foi a única a avançar por meio do aumento de consumo na cesta de indulgência. Contudo, há sinais de que a demanda está se tornando mais sensível às mudanças de preço.

Estratégias para a Páscoa e além

As empresas do setor, como a Mondelez, estão desenvolvendo alternativas para produtos que utilizem menos cacau. Dentre as alternativas, estão waffers e snacks de castanhas cobertas com chocolate, especialmente com a aproximação da Páscoa de 2025. Em abril de 2024, as vendas de chocolate cresceram 15%. Elas foram puxadas por caixas de bombom e barras de chocolate.

Escassez de matéria-prima

Além disso, a situação de abastecimento de cacau no Brasil é crítica. Trata-se de uma queda de 37,4% no volume de amêndoas recebidas pela indústria processadora de cacau no primeiro semestre de 2024. As condições climáticas adversas e pragas, especialmente na Bahia, prejudicaram a produção. Isso eleva os riscos para a segunda metade do ano.