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Déficit externo do Brasil dobra em 2024, revela Banco Central do Brasil

Real - Moeda - Dinheiro arrecadação federal - bilhões - déficit - Brasil - orçamento 2025
(Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Real - Moeda - Dinheiro arrecadação federal - bilhões - déficit - Brasil - orçamento 2025
(Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

As contas externas do Brasil apresentaram um déficit nos primeiros sete meses de 2024, de acordo com o Banco Central (BC). O rombo alcançou US$ 25,6 bilhões entre janeiro e julho, mais que o dobro do valor registrado no mesmo período de 2023. Na época, o déficit foi de US$ 12,5 bilhões.

O valor representa o maior déficit para o período desde 2019, quando o saldo negativo atingiu US$ 36,3 bilhões. No entanto, apenas em julho, as contas externas mostraram um déficit de US$ 5,2 bilhões, comparado a US$ 3,5 bilhões em julho do ano passado.

Investimentos estrangeiros diretos

Os investimentos estrangeiros diretos na economia da Brasil também subiram, mas não na mesma proporção que o déficit das contas externas. Entre janeiro e julho de 2024, o Brasil atraiu US$ 45,07 bilhões em investimentos, um aumento de cerca de 20% em relação ao mesmo período de 2023, quando o total foi de US$ 37,5 bilhões. Este foi o maior volume de investimentos estrangeiros no país desde 2022, que registrou US$ 34,74 bilhões.

Em julho, os investimentos diretos dos estrangeiros somaram US$ 7,3 bilhões, um valor superior aos US$ 7,1 bilhões aportados no mesmo mês do ano anterior. Contudo, apesar do crescimento, esses recursos foram insuficientes para cobrir o déficit acumulado nas contas externas, que chegou a US$ 25,6 bilhões nos primeiros sete meses de 2024.

Conta de serviços e superávit comercial

A principal razão para o aumento do déficit nas contas externas em 2024 foi a deterioração da conta de serviços, que apresentou um déficit de US$ 28,9 bilhões de janeiro a julho, contra US$ 22,2 bilhões no mesmo período de 2023. Essa conta inclui despesas com transporte, seguros, serviços financeiros e viagens internacionais.

Além disso, o superávit comercial do Brasil, que contribui para o saldo das contas externas, também registrou queda. De janeiro a julho, o superávit comercial foi de US$ 44,7 bilhões, abaixo dos US$ 49,8 bilhões registrados no mesmo período do ano passado. Assim, o resultado menos favorável impactou negativamente o saldo das transações correntes.

Previsões

Em 2023, o déficit das contas externas brasileiras totalizou US$ 28,61 bilhões. Para 2024, o Banco Central projeta um déficit ainda maior, estimado em US$ 53 bilhões. O aumento reflete a persistente fragilidade do balanço de pagamentos do país, evidenciando a necessidade de atrair mais investimentos estrangeiros e melhorar o desempenho da balança comercial.

Os gastos dos brasileiros no exterior somaram US$ 8,4 bilhões de janeiro a julho de 2024. É um valor muito próximo ao registrado no mesmo período do ano passado, que foi de US$ 8,46 bilhões. Em julho, esses gastos totalizaram US$ 1,38 bilhão, igual ao valor observado em julho de 2023.

Os desembolsos dos brasileiros no exterior são influenciados por fatores como a atividade econômica, o nível de emprego e renda, além da cotação do dólar, que impacta diretamente as transações internacionais.