Os contratos de petróleo mais negociados no mercado global fecharam em queda expressiva nesta terça-feira (27), refletindo preocupações crescentes sobre a demanda global e um movimento de correção do preço do petróleo após dois pregões consecutivos de altas acentuadas. Este cenário reforça a volatilidade no mercado de commodities, especialmente em meio a um ambiente econômico e geopolítico incerto.
Desempenho do preço do petróleo
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato futuro do West Texas Intermediate (WTI) para entrega em outubro registrou uma queda de 2,44%, com o barril sendo negociado a US$ 75,53. Em paralelo, na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para entrega em novembro também fechou em baixa, caindo 2,12%, para US$ 78,66 por barril.
As quedas marcaram uma virada significativa em relação aos dias anteriores, onde o petróleo experimentou um aumento robusto nos preços. Essa mudança repentina no mercado reflete uma combinação de fatores. Entre eles, a realização de lucros por parte dos investidores e uma reavaliação das projeções de demanda global.
Impactos da produção na Líbia
Um dos fatores que inicialmente impulsionou os preços foi a interrupção na produção de petróleo em dois campos na Líbia. A interrupção gerou preocupações sobre a oferta global. A produção de petróleo na Líbia, historicamente instável devido à situação política do país, tem sido marcada por flutuações significativas. A interrupção recente contribuiu para o aumento dos preços no início da semana. Sem novos desdobramentos, o mercado acabou por corrigir as expectativas, levando à queda observada no pregão desta terça-feira.
Análise do mercado e projeções futuras
Segundo relatório do Commerzbank, a recente volatilidade no preço do petróleo é impulsionada, em parte, pelas incertezas geopolíticas no Oriente Médio, que inicialmente suportaram o aumento nos preços. No entanto, essas altas não foram sustentadas, em grande parte, devido à persistente preocupação com a demanda global. “A oscilação do óleo reflete temores sobre a demanda que não desapareceram subitamente e permanecem no radar dos investidores”, destaca o relatório.
Outro ponto de atenção é o possível aumento na produção por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), previsto para começar em outubro. Esse aumento na oferta pode limitar ainda mais o potencial de alta dos preços, colocando pressão sobre o mercado nas próximas semanas.
