Publicidade

Criação de emprego formal atinge melhor nível desde 2022

criação-emprego-formal-olly
Criação de emprego formal em alta/(Foto: Olly/Pexels).
criação-emprego-formal-olly
Criação de emprego formal em alta/(Foto: Olly/Pexels).

A criação de emprego formal no Brasil apresentou uma leve queda em julho, após um período de crescimento no mês anterior. Segundo os dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, o país registrou a abertura de 188.021 postos de trabalho com carteira assinada em julho de 2024. Esse número, embora inferior ao do mês de junho, ainda representa o melhor desempenho para o mês de julho desde 2022, mostrando uma resiliência no mercado de trabalho brasileiro. 

Comparação anual e acumulado de 2024 

Apesar da queda em relação ao mês anterior, a criação de empregos formais cresceu 32,3% em comparação ao mesmo mês do ano passado. Em julho de 2023, foram criados 142.107 postos de trabalho, considerando os dados ajustados que incluem declarações entregues em atraso pelos empregadores. O resultado de julho de 2024, portanto, reflete uma continuidade no aquecimento do mercado de trabalho, apesar das variações mensais. 

No acumulado de 2024, o Brasil abriu 1.492.214 vagas formais, um aumento de 27,2% em relação ao mesmo período de 2023. Esse é o maior volume registrado desde 2021, quando foram criados 1.787.662 postos de trabalho entre janeiro e julho. É importante destacar que, devido à mudança na metodologia do Caged, não é possível fazer uma comparação direta com os anos anteriores a 2020. 

Preocupações com a política monetária 

Embora o mercado de trabalho tenha mostrado sinais positivos, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, expressou preocupações sobre o impacto que um possível aumento da Taxa Selic pode ter nos próximos meses. O ministro destacou que a elevação dos juros, se ocorrer, poderá comprometer os investimentos, o que, consequentemente, prejudicaria tanto o mercado de trabalho quanto o orçamento público. 

Desempenho dos setores da economia 

Em julho, todos os cinco setores pesquisados pelo Caged apresentaram saldo positivo na criação de empregos formais. O setor de serviços liderou a abertura de vagas, com 79.167 novos postos de trabalho, impulsionado pelo segmento de informação, comunicação, atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, que sozinho criou 45.352 vagas formais. 

A indústria, incluindo transformação, extração e outros tipos, foi o segundo setor que mais contribuiu para o crescimento do emprego formal, com a criação de 49.471 postos. Dentro da indústria, a maior parte das contratações ocorreu na indústria de transformação, que registrou um saldo positivo de 45.803 postos. 

O comércio, por sua vez, criou 33.003 postos de trabalho, mantendo sua importância como um dos principais geradores de empregos no país. O setor da construção civil também mostrou sinais de crescimento, com a abertura de 19.694 vagas, enquanto a agropecuária, mesmo pressionada pelo fim de várias safras, conseguiu criar 6.688 novos postos. 

Desempenho regional 

Todas as regiões do Brasil registraram crescimento na criação de empregos formais em julho. O Sudeste foi a região que mais gerou vagas, com a abertura de 82.549 postos, seguido pelo Nordeste, com 39.341 vagas. O Sul contribuiu com a criação de 33.025 empregos, enquanto o Centro-Oeste e o Norte abriram 15.347 e 13,5 mil vagas, respectivamente. 

Em termos de desempenho estadual, São Paulo liderou com 61.847 novos postos de trabalho, seguido pelo Paraná (14.185) e Santa Catarina (12.150). Por outro lado, o Espírito Santo foi a única unidade da Federação a registrar saldo negativo, com a eliminação de 1.029 vagas formais. 

Destaque para o Rio Grande do Sul 

O Rio Grande do Sul merece uma menção especial neste cenário. O Estado enfrentou graves enchentes nos meses de abril e maio. O RS registrou a criação de 6.690 vagas em julho, o primeiro saldo positivo desde abril. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, destacou que esse resultado positivo reflete os esforços do Governo Federal na reconstrução do Estado após os desastres naturais.