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Investimentos Chineses no Brasil crescem 33% em 2023, segundo CEBC

China - Brasil - Alibaba
Bandeira da China (Imagem: Pixabay)
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Bandeira da China (Imagem: Pixabay)

Em 2023, os investimentos chineses no Brasil cresceram 33%, totalizando US$ 1,73 bilhão, ou cerca de R$ 9,2 bilhões. Embora alto, esse volume ainda representa a segunda menor cifra em 15 anos, de acordo com um estudo divulgado pelo Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) nesta terça-feira (3).

Esse crescimento parte de uma base comparativamente baixa, após uma queda em 2022, quando os investimentos chineses no Brasil sofreram um declínio. Essa redução fez o país cair para a nona posição na lista global de destinos de investimentos chineses, posição mantida em 2023. No ano passado, o Brasil recebeu 29 projetos com capital chinês, o que representa uma diminuição de 9% em relação ao ano anterior.

Um dos fatores que explicam a redução nos valores investidos é a depreciação do real em relação ao dólar. Em 2010, quando os investimentos chineses no Brasil atingiram um pico de US$ 13 bilhões, a taxa de câmbio estava em torno de R$ 1,76 por dólar. Entre 2020 e 2023, essa média subiu para R$ 5,18, o que impactou negativamente o montante de investimentos.

Apesar da queda nos valores totais, 2023 trouxe uma boa notícia: a taxa de efetivação dos investimentos chineses subiu. Cerca de 88% dos projetos anunciados foram implementados, comparado a apenas 27% em 2022. Sendo assim, esse aumento pode sinalizar uma retomada da confiança chinesa no mercado brasileiro, mesmo diante de um cenário global complicado.

Investimentos

A energia elétrica foi o principal setor a atrair investimentos chineses, representando 39% do total, com US$ 668 milhões investidos em projetos de energia eólica, solar e hidrelétrica. O setor automotivo também se destacou, com um crescimento de 56% nos aportes, atingindo R$ 568 milhões.

Globalmente, os chineses têm redirecionado seus investimentos, priorizando países em desenvolvimento, especialmente aqueles que fazem parte da “Nova Rota da Seda”. Contudo, essa estratégia refletiu em um aumento de 37% nos investimentos em países parceiros, enquanto os aportes nos Estados Unidos e na Europa continuaram a cair.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem reiterado a importância de dialogar com a China sobre as vantagens de integrar o Brasil à Nova Rota da Seda. Assim, essa iniciativa poderia alavancar novos investimentos e fortalecer as relações bilaterais.