Publicidade

Raiffeisen Bank sofre bloqueio judicial na Rússia: entenda o impacto

(Foto: Divulgação/Dreamstime)
(Foto: Divulgação/Dreamstime)
(Foto: Divulgação/Dreamstime)
(Foto: Divulgação/Dreamstime)

Nesta sexta (6), um tribunal russo determinou o congelamento das ações do braço local do Raiffeisen Bank International (RBI), bloqueando temporariamente a venda da unidade. A decisão é vista como parte de um impasse crescente entre Moscou e o Ocidente, especialmente no que diz respeito às operações de bancos ocidentais em solo russo. O RBI, que havia prometido vender suas operações no país, foi pego de surpresa com a decisão, que não afeta as operações diárias do banco, mas impede a venda planejada.

Bloqueio das ações do Raiffeisen Bank: o impacto sobre as operações

Apesar do bloqueio judicial, o Raiffeisen garantiu que a decisão não terá impacto direto sobre suas operações no mercado russo. O porta-voz do banco destacou que a gestão local permanece sob controle e que ainda é possível nomear diretores e gerenciar a instituição, embora a venda esteja suspensa. O banco, com sede na Áustria, desempenha um papel crucial nos pagamentos internacionais da Rússia, e sua saída tem sido uma questão delicada.

Pressão de órgãos reguladores e impacto nas ações

Desde o início do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, o Raiffeisen está sob forte pressão dos órgãos reguladores ocidentais para reduzir sua presença no país. O Banco Central Europeu, por exemplo, exige que a instituição corte drasticamente seus negócios na Rússia. Entretanto, o processo de saída tem se mostrado complexo e desafiador. Como resultado, a notícia do congelamento judicial fez com que as ações do banco caíssem mais de 7% no último pregão.

O maior congelamento de um banco ocidental na Rússia

O congelamento das ações do Raiffeisen representa o maior bloqueio judicial envolvendo um banco ocidental na Rússia desde o início das sanções econômicas. A situação coloca o RBI no centro de um teste sobre a determinação do Ocidente em cortar laços com Moscou. Com cerca de 4 milhões de clientes russos e 2.600 clientes corporativos, o banco tem uma importância estratégica para o país. Fontes próximas ao banco afirmam que as autoridades russas preferem que o Raiffeisen permaneça no país devido à sua função crítica no processamento de pagamentos internacionais.

Fontes de lucro e sanções internacionais

Desde o início do conflito, a Rússia se tornou uma fonte de lucros para o banco. Nos três primeiros meses deste ano, quase metade dos lucros do grupo veio das operações no país, com taxas elevadas para pagamentos no exterior. O envolvimento do Raiffeisen na Rússia, no entanto, trouxe uma série de desafios legais, incluindo investigações conduzidas pelo Tesouro dos EUA.

Conexão com o caso Strabag

O bloqueio das ações do Raiffeisen Bank também está relacionado a uma disputa legal envolvendo a holding de investimentos russa Rasperia. A holding fez uma reclamação contra a empresa austríaca Strabag, da qual o Raiffeisen buscava adquirir uma participação. O caso ganhou contornos ainda mais complexos após a entrada de Oleg Deripaska, empresário russo sancionado pelo Ocidente, que foi acusado de controlar indiretamente a Strabag, embora ele negue qualquer envolvimento.