A confiança dos empresários da indústria voltou a subir em setembro, marcando o segundo mês consecutivo de crescimento, com o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) alcançando 53,3 pontos, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Mas o que explica essa alta em meio a um cenário ainda instável?
Expectativas mais otimistas no setor industrial
Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI, aponta que o aumento está fortemente ligado ao desempenho positivo do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre de 2024. O setor industrial foi um dos principais motores desse crescimento, o que impactou positivamente as expectativas dos empresários em relação ao futuro. Com a avaliação das condições econômicas subindo 3,8 pontos, de 40,6 para 44,4, o otimismo começa a ganhar terreno, embora o pessimismo ainda persista em certos segmentos impulsionados pela confiança dos empresários.
Recuperação no comércio paulistano
Esse otimismo não se limita apenas à indústria. Em agosto, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) do município de São Paulo, medido pela FecomercioSP, também registrou alta de 1,6%, subindo de 106,8 para 108,5 pontos. Esse crescimento foi impulsionado pelas vendas em datas comemorativas como o Dia das Mães e o Dia dos Namorados, além de um mercado de trabalho mais aquecido, animando os empresários.
Expectativas para o futuro
Tanto no comércio quanto na indústria, o otimismo em relação ao futuro vem crescendo. O Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (IEEC), por exemplo, subiu 1,7%, passando de 136,6 para 138,6 pontos em agosto. Na indústria, o Índice de Expectativas também apresentou uma alta de 1,5 ponto, refletindo maior confiança dos empresários para os próximos seis meses. Isso tudo prova a importância da confiança do setor produtivo.
Apesar dessa recuperação, é importante notar que os empresários continuam atentos às incertezas fiscais e ao aumento da carga tributária, que podem influenciar negativamente as expectativas de crescimento a longo prazo.
Conclusão: Um cenário de retomada cautelosa
Com a confiança dos empresários subindo tanto na indústria quanto no comércio, os sinais de recuperação são evidentes. No entanto, o crescimento sustentável ainda depende de fatores externos, como a estabilidade das políticas fiscais e a continuidade do desempenho positivo do setor industrial. O futuro ainda exige cautela, mas as expectativas para o fim do ano são mais positivas do que nos meses anteriores, apoiadas pela confiança que os empresários demonstram.
“A recente alta no Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) e no Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) reflete um ambiente de otimismo moderado, mas é fundamental que o mercado não perca de vista os riscos que ainda rondam o cenário econômico. O crescimento no setor industrial, impulsionado pelo bom desempenho do PIB, é um ótimo sinal, mas precisa ser sustentado por políticas fiscais consistentes e pela manutenção de um ambiente de negócios estável. Enquanto isso, no comércio, a recuperação das vendas em datas comemorativas mostra a resiliência do setor, mas ainda há desafios significativos, especialmente quanto às expectativas fiscais e à carga tributária. Para que essa confiança se transforme em investimentos duradouros, será crucial acompanhar de perto as reformas econômicas e a política monetária nos próximos meses.”, comentou Jackson Pereira Jr. (Foto), articulista de negócios do Economic News Brasil.