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Como o governo reagiu à decisão do Copom de aumentar a Selic

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Imagem: Agência Brasil
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Após dois anos, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou Selic em 0,25. Agora a taxa básica de juros é de 10,75% ao ano. Segundo a Agência Brasil a alta recente do dólar e as incertezas em torno da inflação fizeram o Banco Central (BC) elevar os juros. O governo reagiu bem e Fernando Haddad, ministro da fazenda, disse não se surpreender com a decisão do BC de aumentar a Selic. O presidente Lula ainda não de pronunciou sobre a decisão.

Tudo indica que a decisão do BC inicia um ciclo de alta de juros já que a Selic é o principal instrumento para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Mesmo com o IPCA negativo de agosto, de 0,02%, especialistas acreditam que o alívio é temporário. Isso por que o indicador acumula alta de 4,24 em 12 meses, próximo do teto da meta deste ano.

“Eu não me surpreendi, mas eu só vou comentar a decisão depois da leitura da ata na semana que vem, como de hábito. Vou dar uma olhada, vou conversar internamente e vou verificar o que esperar aí para o futuro próximo e aí eu comento para vocês”, disse Haddad aos jornalistas ao deixar o ministério na quarta-feira (18/9).

Segundo especialistas em política da Globo News, para o jogo político, a alta da inflação agora pode ser benéfica para o governo. Isso por que, é melhor segurar a inflação neste momento do que esperar para o ano eleitoral.

A justificativa da decisão do Copom

A intenção principal do BC ao aumentar a taxa Selic é conter a inflação. Com os juros mais altos tem menos dinheiro rodando e o consumo diminuí. Com a recente decisão do Banco Central, o Brasil agora ocupa a segunda posição no ranking mundial de países com os maiores juros reais. 

O juro real, que considera a taxa de juros nominal subtraída da inflação projetada, é um indicador importante da atratividade de um país para investimentos. Atualmente, a Rússia lidera o ranking global de juros reais, seguida pelo Brasil. A Argentina, que enfrenta uma crise inflacionária severa, ocupa a última posição entre os países analisados.

Embora a inflação esteja mostrado sinais de desaceleração, permanece acima da meta estabelecida pelo governo. No último Relatório de Inflação, divulgado no fim de junho pelo Banco Central, a autoridade monetária manteve a previsão de que o IPCA termine 2024 em 4%, mas a estimativa pode mudar devido à alta do dólar e do impacto da seca prolongada sobre os preços. O próximo relatório será divulgado no fim de setembro.

Assim, a decisão do Copom reflete a preocupação e o comprometimento do Banco Central em conter a inflação. No entanto, essa medida também pode impactar negativamente a atividade econômica, ao encarecer o crédito e desestimular investimentos.

O mercado financeiro acompanha de perto as decisões do Copom, pois as variações na taxa Selic influenciam diretamente o custo do dinheiro na economia e, consequentemente, o comportamento de consumidores e empresas. A alta dos juros no Brasil, além de impactar a economia interna, também atrai investimentos estrangeiros em busca de maiores retornos, fortalecendo a moeda nacional.