O Banco do Japão (BoJ) decidiu nesta sexta-feira (20) manter a taxa de juros inalterada. A decisão ocorre após o aumento realizado em julho, que elevou a taxa para cerca de 0,25%, saindo da faixa anterior de 0% a 0,1%. Em março, o BoJ encerrou sua política de juros negativos, marcando o primeiro aumento em 17 anos.
A decisão desta semana foi unânime entre os membros do comitê do banco central. O anúncio acontece enquanto o Partido Liberal Democrata se prepara para eleger seu novo presidente, que sucederá Fumio Kishida como primeiro-ministro do Japão.
Segundo o presidente do BoJ, Kazuo Ueda, os indicadores econômicos têm atendido às expectativas da instituição. Ele afirmou que o Banco do Japão está disposto a aumentar as taxas de juros caso a economia e os preços evoluam conforme esperado.
Kazuo Ueda também destacou que o risco de aumento da inflação, causado pela desvalorização do iene, está diminuindo. Ele disse que “agora temos mais tempo para avaliar” a necessidade de um novo aperto monetário.
Após suas declarações, o iene enfraqueceu para o nível de 143 em relação ao dólar americano. Investidores interpretaram o comentário como um sinal de que o BoJ poderá adiar novos aumentos de juros.
Em julho, o banco central surpreendeu o mercado ao elevar a taxa, o que resultou na valorização do iene e na maior queda do índice Nikkei em um único dia, no início de agosto.
Estabilização do mercado
O vice-presidente do BoJ, Shinichi Uchida, já havia declarado que novos aumentos nas taxas não aconteceriam até que o mercado se estabilizasse. A declaração foi vista como uma tentativa de tranquilizar os investidores.
De acordo com a agência Kyodo, o Banco do Japão segue uma política menos flexível em comparação com outros grandes bancos centrais. Enquanto outras instituições afrouxam suas políticas monetárias para impulsionar o crescimento econômico, o BoJ permanece cauteloso diante da volatilidade do mercado e da desvalorização do iene.