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Garimpeiros vendem frangos a mais de R$ 700 na Terra Indígena Yanomani

Garimpeiro vendem frangos a mais de R$ 700 na Terra Indígena Yanomani
Reprodução/Bruno Mancinelle/Casa de Governo
Garimpeiro vendem frangos a mais de R$ 700 na Terra Indígena Yanomani
Reprodução/Bruno Mancinelle/Casa de Governo

Operação das forças de segurança pública federal para destruir acampamentos clandestinos encontrou anotações no mínimo curiosas. A movimentação ocorreu na Terra Indígena Yanomani, na região do Surucucu, estado de Roraima. Na última sexta-feira (21), o governo federal divulgou imagens imagens da operação. Além de apreender diversos itens de consumos, havia anotações dos preços abusivos que os garimpeiros estabeleciam em comércio ilegal.

Frangos a mais de R$ 700 na Terra Indígena Yanomani

Sem dúvidas, uma das imagens que mais chamaram atenção na operação foi o caderno com os preços dos produtos que estavam no alojamento na Terra Yanomani. Dois frangos valiam nada menos do que R$ 700. No entanto, se o desejo fosse comer um pacote de calabresa, seria necessário desembolsar a quantia de mais de mil reais. Já um botijão de gás (afinal, é preciso cozinhar os caríssimos alimentos), custava R$ 665.

Nas anotações também constavam os preços de combustíveis, botas de borracha, caixa de chocolate, cigarros, além de produtos alimentícios não perecíveis, como arroz, feijão e açúcar. Com relação a utensílios básicos, também havia preços fixados. Um par de botas de borracha era vendido a 1,5 gramas de ouro, mais de R$ 500. O acesso à internet no Yanomani, por aparelhos via satélite, também era vendido. Um dia de acesso custava 0,5 gramas de ouro, correspondente a R$ 175.

Outro fator que a Operação no Yanomani revelou foi a forma de comercializar os produtos. O ouro fruto de extração ilegal funcionava como como moeda de troca. Vale ressaltar que a grama do minério apresenta a cotação de R$ 350. Diante disso, um par de botas de borracha custava 1,5 gramas de ouro. Ou seja, mais de R$ 500. Já o acesso à internet também tinha uma preço: para um dia de acesso à rede, o preço era 0,5 gramas de ouro, o que equivale a R$ 175.

“Esses valores revelam o custo humano e econômico da exploração em áreas remotas. O trabalhador do garimpo não só se submete a condições perigosas e ilegais, mas também enfrenta uma economia inflacionada devido à dificuldade de acesso a bens essenciais”, disse Nilton Tubino, diretor da Casa de Governo, responsável por monitorar e enfrentar a crise na Terra Yanomani.