Um assunto que costuma dividir opiniões é o debate sobre o quanto se gasta no Brasil com servidores públicos. Há correntes que entendem que o gasto com funcionalismo é elevado. Mas existem também aqueles que argumentam que, em comparação a outros países, o número total de servidores em relação ao total de trabalhadores é inferior à média. Nesta ano de 2024, os gastos com pessoal atingiram o menor nível desde que a série histórica começou a ser feita, em 1997.
Os dados se referem apenas a quem atua no âmbito federal, seja do Poder Executivo, Legislativo, Judiciário, além do Ministério Público e da Defensoria Pública. Entram na conta não apenas os servidores da ativa, mas também os aposentados, bem como os pensionistas. No total, a folha de pagamento da União contempla 1,22 milhão de servidores, dos quais 437 mil são da ativa. Por outro lado, existem 415 mil aposentados e 233 mil pensionistas. Os números são do Painel Estatístico de Pessoal (PEP) do Ministério da Gestão e da Inovação.
Gastos com servidores públicos voltarão a crescer
Em 2024, a Lei Orçamentaria Anual previu um gasto de R$ 373,79 bilhões, o que equivale a 3,2% do PIB (Produto Interno Bruto), constituindo-se o menor percentual da história. Contudo, o valor da despesa prevista para o ano de 2025 é de 3,3% do PIB. Em valores, isso representa R$ 413,15 bilhões. Apesar da cifra, cumpre ressaltar que essa alta ainda assim é inferior aos demais anos, levando em conta todo o período em que o cálculo foi instituído.
Abaixo, tabela com a evolução das despesas com funcionalismo no âmbito do Executivo Federal:
Apesar do sinal de alerta com o crescimento das despesas com servidores, o percentual está longe de ser o maior já atingido. Em 2001 e 2002, por exemplo, os gastos com servidores públicos federais representavam 4,8% do PIB. Vale destacar que o cálculo leva em conta o gasto real em relação à riqueza total do país. Em termos nominais, os gastos atuais são maiores em relação aos de 1997, por exemplo. No entanto, o PIB brasileiro também aumentou, o que equilibra a proporção dívida/PIB.
