O Brasil já conviveu em décadas passadas com períodos de hiperinflação, situação na qual os preços dos bens e serviços sofrem altas em um curto espaço de tempo. Porém, se tem algo que nunca aumentou de preço a ponto de inviabilizar o consumo é o tradicional café, uma das paixões brasileiras e também de outros países. Todavia, uma crise no mercado global da produção cafeína está fazendo os preços dispararem. Analistas ouvidos pela BBC estimam que, se persistir a crise, uma xícara de café pode vir a custar 5 libras (R$ 36) em Londres e 7 dólares (R$ 38) em Nova York, refletindo o aumento do preço do café no mundo.
O que causou a crise do café no mundo?
Tudo começou no ano de 2021, quando geadas prejudicaram as plantações de café no Brasil, um dos maiores produtores do grão no mundo. O Vietnã, outro grande player global, também enfrentou crises em suas safras. Porém, naquele país, optaram por investir em durian, uma alternativa ao café que a China aderiu em larga escala. Com isso, causou um desequilíbrio na oferta de grãos no mercado internacional, fazendo com que países como Estados Unidos e Inglaterra tivessem uma alta dos custos que refletiu no consumo interno. Esse conjunto de fatores fez o preço do café no mundo subir bastante.
Outro fator que contribui para um maior custo do café no mercado de commodities é o clima. Com incertezas climáticas, que ora provoca chuva em excesso, ora causa longos períodos de estiagem, as plantações de café ficam prejudicadas, afetando diretamente o preço do café no mundo.
O preço do “cafezinho” vai subir no Brasil?
Especialistas se dividem quanto a esse assunto. Há quem acredite que alta do valor do café no mercado global vai refletir internamente. Assim, haveria o risco de pagar mais caro por grãos em supermercados e comércios em geral devido ao preço do café no mundo. Porém, existe também uma corrente que entende que os custos indiretos como aluguéis e mão de obra podem aumentar. Mas o grão em si ainda é barato.
