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Rombo nas contas externas do Brasil dobra em 2024

O déficit das contas externas brasileiras dobrou em 2024, alcançando US$ 30,4 bilhões, impactado pela queda na balança comercial e aumento do déficit em serviços.
Imagem de Dólar no mercado financeiro no Brasil - Moedas em queda - moedas em alta
Dólar, é a moeda oficial dos Estados Unidos (Imagem: Valter Campanato/Agência Brasil)

As contas externas do Brasil registraram um déficit expressivo de US$ 30,4 bilhões nos primeiros oito meses de 2024, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central (BC) nesta quarta-feira (25). Esse valor mais que dobrou em comparação ao mesmo período de 2023, quando o déficit foi de US$ 13,5 bilhões. O aumento no saldo negativo ressalta a fragilidade das transações correntes, um dos principais indicadores da saúde econômica de um país em relação ao setor externo.

Os investimentos estrangeiros diretos cresceram 14,3% no acumulado de 2024. Mesmo com esse aumento, os aportes não conseguiram acompanhar o ritmo de crescimento do déficit. Entre janeiro e agosto, o total investido foi de US$ 51,2 bilhões, acima dos US$ 44,8 bilhões do ano anterior, mas ainda abaixo dos US$ 55 bilhões registrados em 2022.

O que explica o rombo nas contas externas?

Segundo o Banco Central, o tamanho do rombo nas contas externas está relacionado ao crescimento econômico do país. Com uma economia em crescimento, a demanda por produtos e serviços do exterior também aumenta, gerando maiores despesas em serviços e na balança comercial. Esse comportamento resulta em um aumento do déficit.

O mês de agosto de 2024 apresentou um déficit de US$ 6,6 bilhões. É uma deterioração em relação ao mesmo mês de 2023, quando o rombo foi de US$ 969 milhões. Os resultados são os piores desde 2019, quando o déficit acumulado de janeiro a agosto foi de US$ 42,5 bilhões.

Balança comercial e conta de serviços

Dois fatores principais impulsionaram o resultado negativo das contas externas neste ano: a redução do superávit da balança comercial e o aumento do déficit na conta de serviços. O superávit comercial caiu aproximadamente US$ 10 bilhões em comparação ao ano anterior. Ao mesmo tempo, o déficit na conta de serviços subiu em US$ 6,4 bilhões.

A conta de serviços inclui receitas e despesas com transportes, seguros, serviços financeiros e viagens internacionais, sendo que estas últimas têm papel relevante na balança. Em 2024, os gastos de brasileiros no exterior somaram US$ 9,72 bilhões de janeiro a agosto, com queda em comparação ao mesmo período do ano anterior (US$ 9,74 bilhões).

Investimentos estrangeiros e projeções

Apesar da alta nos investimentos estrangeiros diretos, que totalizaram US$ 6,1 bilhões somente em agosto, esse valor foi inferior ao registrado no mesmo mês de 2023 (US$ 7,3 bilhões). Ainda assim, o montante foi suficiente para cobrir parte do déficit acumulado nas contas externas até o momento.

A previsão do Banco Central para 2024 é de um déficit de US$ 53 bilhões ao fim do ano. Embora o valor seja preocupante, ele está em linha com as estimativas feitas em julho deste ano. A economia global, os preços das commodities e a oscilação cambial são fatores que continuam impactando as contas externas brasileiras.

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