Embora possa parecer algo simples e dependente exclusivamente da tecnologia, existe um custo para manter o funcionamento do Pix no Brasil. Apesar de a operação não cobrar taxa da população que realiza transferências e pagamentos diariamente, o poder público tem despesas para manter o funcionamento.
Quanto custa a manutenção do Pix no Brasil?
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, informou que o custo anual para manter o funcionamento do sistema Pix no Brasil é de US$ 10 milhões. Ele destacou que o sistema já alcançou a marca de 240 milhões de transações diárias. Segundo Campos Neto, o desenvolvimento do Pix teve um custo entre US$ 3 milhões e US$ 4 milhões.
Durante sua participação em um evento organizado pelo Bendheim Center for Finance, da Universidade de Princeton, Campos Neto explicou que o custo para o Banco Central foi relativamente baixo, pois foi compartilhado com os bancos.
“Recentemente, atingimos 240 milhões de transações em um único dia. No Brasil, há aproximadamente 104 milhões de pessoas bancarizadas, o que significa mais de duas transações por pessoa por dia, uma marca superior a qualquer outro país do qual temos conhecimento”, afirmou, referindo-se ao uso do Pix no Brasil.
Tokenização da economia
Ao iniciar sua palestra sobre a tokenização da economia, Campos Neto enfatizou que o principal desafio é a implementação dessa tecnologia. Ele também mencionou uma apresentação que destacava quatro pilares fundamentais: o Pix, a internacionalização da moeda, o Open Finance e o Drex. Segundo ele, o foco inicial foi engajar a população na agenda de inovação. “Precisávamos que as pessoas percebessem as vantagens e os benefícios imediatamente”, disse, referindo-se ao Pix no Brasil.
Qual a diferença entre Drex e Pix?
Além do Pix no Brasil, o Banco Central trabalha no desenvolvimento do Drex no Brasil. Este último seria uma espécie de moeda digital. Tem o mesmo valor unitário do real. Porém, o uso seria apenas por meio de uma plataforma do BC.
Campos Neto também mencionou a possibilidade futura de um agregador de serviços financeiros, que integrará o Drex, o Open Finance (sistema de compartilhamento de informações bancárias) e o Pix no Brasil em uma única interface. Ele revelou que já há quatro ou cinco empresas interessadas nesse desenvolvimento, e que alguns pilotos já demonstram bons resultados. No entanto, ainda não está claro se o mercado será segmentado, mas há uma expectativa de que mais de uma solução possa surgir.
Em relação ao Drex, o presidente do BC destacou que o principal desafio atual é escalar o sistema mantendo a privacidade, programabilidade e descentralização. “Com a tecnologia disponível hoje, não é possível garantir privacidade, programabilidade e descentralização em grande escala”, afirmou.
Campos Neto disse que as soluções em desenvolvimento indicam que será possível superar esses desafios em breve. “Estamos conseguindo aumentar o número de transações, mas ainda não em um nível que consideramos confortável”, concluiu.









