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Golpe do falso sequestro movimenta R$ 70 milhões em presídios

Facção Povo de Israel movimentou R$ 70 milhões em 2 anos com golpes de falso sequestro. Operação mira 44 alvos e 5 policiais penais.
Imagem de um carro da Polícia Civil estacionado em frente a um prédio durante uma operação de combate ao golpe do falso sequestro.
(Imagem: Reprodução/ TV Globo)

A Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrou nesta terça-feira (22) a Operação 13 Aldeias, para desfazer uma quadrilha que movimentou quase R$ 70 milhões em dois anos através do golpe do falso sequestro. A facção criminosa, conhecida como Povo de Israel (PVI), opera de dentro de presídios e faz vítimas diariamente, exigindo resgates através de ligações telefônicas.

O Povo de Israel surgiu há cerca de 20 anos e, atualmente, controla aproximadamente 18 mil detentos em 13 unidades prisionais do estado. O grupo é conhecido por utilizar celulares, introduzidos ilegalmente nas prisões, para extorquir vítimas e movimentar grandes quantias de dinheiro.

Como o golpe do falso sequestro é aplicado

O golpe do falso sequestro funciona da seguinte maneira: primeiro, um detento liga para um número aleatório, se passando por um parente da vítima que, supostamente, estaria sendo mantido refém. Em seguida, ao convencer a pessoa de que o sequestro é real, outro preso entra em contato para negociar o suposto resgate. Além disso, durante a ligação, os criminosos utilizam técnicas de pressão psicológica para extorquir dinheiro.

Além disso, a facção realiza outro tipo de golpe: a falsa taxa. Nesse esquema, os criminosos se apresentam como traficantes e cobram supostas dívidas de comerciantes, ameaçando-os caso o pagamento não seja realizado. Com esses dois tipos de golpe, o Povo de Israel se tornou uma das organizações mais lucrativas dentro do sistema prisional.

Operação contra o Povo de Israel

A operação da Polícia Civil, que contou com o apoio do Ministério Público e da Subsecretaria de Inteligência da Administração Penitenciária, teve como alvo 44 mandados de busca e apreensão. Entre os alvos estão cinco policiais penais que são suspeitos de colaborar com a facção, facilitando a entrada de celulares e outros recursos dentro dos presídios.

Os agentes realizaram diligências em diversas localidades do Rio de Janeiro, como Copacabana e Irajá, além de municípios como São Gonçalo, Búzios, e também em estados vizinhos, como o Espírito Santo. Um dos locais visitados pelos agentes foi uma joalheria na Zona Sul do Rio, acusada de lavar dinheiro proveniente das extorsões.

Ramificações do Povo de Israel

A base de operações da facção está localizada no Presídio Nelson Hungria, no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio. De lá, os criminosos coordenam o esquema de extorsão com ramificações em outros estados, como São Paulo e Espírito Santo.

Dentro da organização criminosa, há uma clara divisão de tarefas. Os chamados “empresários” são os responsáveis por garantir a entrada de celulares nos presídios, enquanto os “ladrões” fazem as ligações para as vítimas. Os “laranjas”, por sua vez, ficam encarregados de receber o dinheiro das extorsões em contas bancárias fora do sistema prisional.

A Polícia Civil identificou que mais de 1.600 pessoas físicas e 200 empresas já circularam o dinheiro obtido ilegalmente pelo Povo de Israel.

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