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Entrega de caças Gripen à FAB sofre atrasos devido à falta de recursos

A escassez de recursos altera prazos do projeto de modernização da defesa aérea da FAB com caças Gripen. Alternativas estão sendo pensadas pela instituição.
Aeronaves Caças sobrevoando porção de águe. Modelos Gripen da FAB terão atraso na entrega.
(Imagem: Sgt. Müller Marin / FAB)

A entrega dos caças Gripen para a Força Aérea Brasileira (FAB), uma iniciativa estratégica para modernização da defesa aérea nacional, enfrenta agora um atraso devido à insuficiência de recursos financeiros. Segundo informações exclusivas obtidas pela CNN nesta sexta-feira (08), o cronograma original, que previa a chegada da última aeronave em 2027, está sendo renegociado, com projeções que indicam um adiamento para o início da próxima década. Até o momento, oito das 36 aeronaves previstas foram entregues ao Brasil, com o restante agora sujeito ao ajuste do calendário contratual com a sueca Saab, responsável pela fabricação dos caças.

Renegociação com a Saab e desafios financeiros

A escassez de recursos orçamentários levou a FAB a buscar uma readequação formal do cronograma de entregas. Em comunicado, a Força afirmou que a necessidade de recursos não tem sido atendida conforme o que o projeto demanda, resultando na necessidade de reavaliar o calendário.

“No tocante à adequação do cronograma de entregas, cabe informar que ele é dependente de disponibilidade orçamentária e que os patamares obtidos têm sido inferiores à necessidade orçamentária do projeto”, explicou a FAB em nota.

O contrato firmado em 2014 com a Saab envolve a aquisição de 36 aeronaves Gripen E/F, com investimento de aproximadamente R$ 21 bilhões. No entanto, o fluxo de recursos seguiu como planejado somente até 2019. A partir de 2020, a discrepância entre o orçamento disponível e o necessário levou à necessidade de renegociação.

Atrasos na entrega e situação da frota atual

A FAB considera o projeto essencial para substituir sua frota de caças F-5, que já atingiu o limite de vida útil. Nelson Düring, editor-chefe do DefesaNet, observou que a escassez de caças modernos deixa o país sem defesa aérea adequada. Segundo ele, a situação representa “um risco para pilotos e a população civil”. Atualmente, apenas o modelo Gripen E, que acomoda um único piloto, foi entregue; o modelo F, que possui dois assentos, será utilizado em missões especializadas e para treinamento de novos pilotos, mas ainda não está disponível.

Diante desse cenário, as discussões no governo sobre possíveis alternativas para suprir a falta de aeronaves incluem a compra de caças de segunda mão. “Com relação à aquisição de aeronaves usadas, ressalta-se que a Força Aérea Brasileira analisa criteriosamente as alternativas disponíveis às suas necessidades operacionais e disponibilidade orçamentária, não existindo, no presente momento, definição quanto ao tema”, afirmou a FAB. Estão sendo avaliados modelos como o Gripen C/D, versões anteriores ao modelo adquirido, e o F-16 Fighting Falcon, popularmente utilizado pelos Estados Unidos.

Exercícios militares e o desempenho dos caças

Apesar das limitações de orçamento e os desafios com a frota, a FAB afirma que as aeronaves entregues até agora têm atendido aos requisitos operacionais. Os caças Gripen participaram recentemente de exercícios da FAB, como o Cruzeiro do Sul, em Natal, onde foram testadas Operações de Contraposição Aérea e respostas rápidas em cenários defensivos e ofensivos. Segundo a FAB, essas atividades demonstraram “o estágio de maturidade e de eficiência alcançados até agora” e trouxeram satisfação quanto ao desempenho dos caças.

A expectativa de que o projeto de modernização da defesa aérea se consolide com a chegada dos 36 caças contratados, no entanto, dependerá do sucesso das renegociações financeiras. Com o contrato já em vigor, a FAB se mantém atenta a alternativas que atendam à atual conjuntura orçamentária, buscando assegurar a continuidade do projeto em um prazo razoável e que garanta a segurança e defesa do espaço aéreo nacional.

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