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Banco Central realiza leilões para conter alta do dólar e venderá US$ 4 bilhões

Em resposta ao câmbio alto, BC oferta US$ 4 bilhões para controlar a valorização do dólar.
Prédio do Banco Central do Brail, instituição que realizará leilões para estabilizar dólar.
(Imagem: Rafa Neddermeyer / Agência Brasil)

Nesta quarta-feira (13), o Banco Central (BC) fará dois leilões de linha, com uma oferta total de até US$ 4 bilhões, visando estabilizar o câmbio e conter a alta recente do dólar. A operação inclui o compromisso de recompra, ou seja, o BC se compromete a comprar de volta os valores leiloados em datas futuras, preservando a liquidez de curto prazo sem afetar as reservas internacionais permanentemente.

A medida ocorre num cenário de incertezas fiscais, com o dólar encerrando a terça-feira (12) estável, a R$ 5,77, mas acumulando alta de quase 19% no ano. Esta será a primeira intervenção desse tipo desde janeiro de 2023, quando o BC realizou leilões de linha em resposta à demanda por dólares no mercado.

Motivo da intervenção do Banco Central

A decisão do BC é uma resposta à instabilidade nos preços dos ativos e à pressão cambial, fatores que têm sido intensificados pela ausência de medidas fiscais concretas. Atualmente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está em negociações para implementar cortes de gastos e fortalecer a sustentabilidade da dívida pública, o que pode ter um efeito no câmbio, embora a incerteza ainda predomine.

Os leilões serão divididos em duas etapas de US$ 2 bilhões cada. O BC definiu duas datas de recompra: 2 de abril de 2025 e 2 de julho de 2025, conforme o comunicado oficial. A última vez que o Banco Central utilizou leilões de linha foi em janeiro de 2023, com uma recompra de US$ 2 bilhões alguns meses depois.

Estratégia do BC para controle do câmbio

O leilão de linha, ou venda de dólares com compromisso de recompra, é uma das ferramentas que o Banco Central emprega para fornecer liquidez temporária ao mercado cambial. Esse tipo de intervenção é mais frequente em épocas de alta demanda por moeda estrangeira, como o final do ano, quando empresas e fundos de investimento transferem recursos para fora do país. No entanto, o BC não especificou o motivo da operação atual.

Em sua última intervenção direta, realizada em agosto, o BC vendeu US$ 1,5 bilhão sem compromisso de recompra para enfrentar uma oscilação atípica do dólar. Na ocasião, o BC justificou a ação como resposta a um fluxo de demanda elevado que pressionava o valor da moeda americana.

Além dessas operações, o BC também realiza diariamente rolagens de swaps cambiais, que são equivalentes à venda de dólares no mercado futuro. Embora isso ajude a manter a liquidez, seu impacto sobre as cotações diárias é limitado, tornando necessário, em alguns momentos, recorrer a leilões à vista ou de linha para maior efeito no mercado.

Impacto das intervenções e expectativas para o dólar

A recente valorização do dólar frente ao real, com o câmbio próximo a R$ 5,77, preocupa investidores e o governo, que temem que a alta da moeda americana pressione a inflação. Isso ocorre porque a valorização do dólar encarece os produtos importados, refletindo no preço final dos bens de consumo.

Para analistas de mercado, o movimento do BC indica uma atenção redobrada às pressões externas e ao fluxo cambial, especialmente em um cenário de juros globais elevados. Com as intervenções e possíveis medidas fiscais, espera-se uma estabilização do dólar, desde que o fluxo de saída de recursos e o cenário fiscal estejam controlados.

Essas intervenções temporárias buscam manter o mercado cambial abastecido sem comprometer excessivamente as reservas internacionais. Contudo, uma política fiscal clara e estável é considerada crucial para assegurar a credibilidade do governo e reduzir a volatilidade cambial de maneira sustentável.

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