O governo ajustou a previsão do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2024, elevando-a de 4,25% para 4,4%. O dado foi divulgado nesta segunda-feira (18) no Boletim Macrofiscal da Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda. Apesar da alta, a expectativa é que a inflação permaneça dentro do teto de 4,5%, estipulado pelo sistema de metas.
Enquanto isso, o mercado financeiro revisou, pela sétima semana consecutiva, sua projeção para a inflação do próximo ano, elevando-a para 4,64%. Em outubro, o IPCA acumulou uma alta de 4,76% nos últimos 12 meses, superando o limite da meta. No entanto, o cumprimento da meta só será avaliado no fim do ano.
A meta de inflação para 2024 é de 3%, com margem de tolerância entre 1,5% e 4,5%. O Banco Central ajustará a taxa de juros para alinhar a inflação às metas e enviará uma carta explicativa ao Ministério da Fazenda se não atingir os objetivos.
IPCA 2024: Controle de preços e desafios econômicos
O Banco Central apontou os gastos públicos como um fator de pressão inflacionária, agravado por condições climáticas adversas e custos elevados de energia e alimentos. Por outro lado, o Ministério da Fazenda prevê uma desaceleração nos preços regulados, como tarifas de energia elétrica, até o final de 2024. Ainda assim, itens mais voláteis continuarão influenciados por fatores cambiais e climáticos.
Para 2025, a projeção de inflação foi ajustada de 3,4% para 3,6%. A revisão reflete tanto o cenário interno quanto as dinâmicas globais.
PIB revisado para 3,3% em 2024
A SPE também revisou a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2024, subindo de 3,2% para 3,3%. A revisão mostra um desempenho um pouco mais forte no terceiro trimestre e projeções negativas para o ano. Já para 2025, o governo manteve a estimativa de crescimento em 2,5%.
O mercado financeiro, por outro lado, é mais conservador. Sua projeção para o PIB em 2024 é de 3,10%, desacelerando para 1,94% no ano seguinte. Embora a expansão do PIB indique uma economia mais dinâmica, não necessariamente reflete melhorias no bem-estar social, dada a persistência de desafios como desigualdade e qualidade dos serviços públicos.
“O crescimento econômico até 2028 deverá se estabilizar em torno de 2,5%. No entanto, reformas estruturais, aumento de produtividade e maior competitividade das exportações podem melhorar o cenário de longo prazo”, destacou o Boletim Macrofiscal.
Impactos no dia a dia do IPCA em 2024
A inflação elevada reduz o poder de compra, afetando especialmente as famílias de baixa renda, que enfrentam preços mais altos em itens essenciais como alimentos e serviços. Embora o crescimento do PIB seja aponte para uma economia mais ativa, questões estruturais, como produtividade e eficiência, ainda exigem atenção.
Equilibrar contas públicas e preservar o poder aquisitivo das famílias em um cenário de incertezas globais e climáticas será um dos principais desafios econômicos do Brasil nos próximos anos.