IPCA de setembro: expectativas e impactos para a economia

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro terá seus números apresentados às 9h (horário de Brasília), com consenso Refinitiv de alta de 0,34% frente agosto (ante avanço de 0,23% no mês passado) e de 5,27% frente setembro de 2022.
Foto: Divulgação

Na quarta-feira (11), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro. Investidores e economistas estão acompanhando de perto os possíveis impactos dessa divulgação no cenário econômico brasileiro. O consenso Refinitiv aponta para um aumento de 0,34% em relação a agosto, e de 5,27% em relação a setembro de 2022. As projeções variam de 0,24% a 0,40% na base mensal e de 5,16% a 5,31% na base anual.

Um dos principais fatores que deverão impulsionar a inflação é o aumento nos preços dos combustíveis e das passagens aéreas. O Bradesco prevê um avanço de 0,32% na comparação mensal e 5,2% na base anual. O Itaú BBA compartilha dessa visão, estimando uma inflação de 0,35%, principalmente devido aos preços regulados, especialmente da gasolina.

Para o acumulado de 12 meses, o BBA estima um crescimento de 5,3%, em comparação com os 4,6% registrados em agosto. A base de comparação se tornou mais baixa após cortes de impostos do ano passado.

Os dados do núcleo da inflação sugerem uma desaceleração na margem, apesar do aumento nos preços de aluguel e taxas de condomínio. Os setores de serviços e industriais devem apresentar crescimento subjacente de 3,6% e 2,3%, segundo o BBA.

Impacto no transporte e habitação

A Eleven espera um crescimento de 0,36% em setembro, com um aumento anual de 5,13%. Alguns setores devem ser mais afetados, como transporte (+1,71%) e habitação (+0,38%), enquanto alimentação e bebida (-0,55%) e artigos para residência (-0,41%) devem puxar a inflação para baixo.

No geral, o impacto da inflação parece estar dentro das expectativas, não devendo alterar significativamente a política monetária estabelecida pelo Banco Central. No entanto, fatores como o fenômeno El Niño e o conflito entre Israel e o Hamas podem trazer preocupações futuras, como possíveis aumentos nos preços dos combustíveis. A Petrobras já considera que sua nova política de preços poderia ajudar a mitigar esses efeitos negativos. Por enquanto, as expectativas são de continuidade no regime de cortes da Selic, mas isso pode mudar se a situação se agravar.

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