Os analistas do mercado financeiro ajustaram as estimativas para a inflação em 2023. A previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) reduziu de 4,64% para 4,63%, mas ainda está acima do teto da meta de 4,50%. Esse dado faz parte do relatório Focus, divulgado pelo Banco Central (BC).
A meta de inflação central para este ano é de 3%, considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%. Caso o índice ultrapasse o teto, o BC será obrigado a justificar formalmente a situação ao Ministério da Fazenda.
O impacto da inflação sem poder de compra
O mercado prevê que a inflação ultrapassará o limite devido a fatores como a seca e aumento de gastos públicos. Essa alta reduz o poder de compra, afetando especialmente os trabalhadores de renda mais baixa, já que os períodos não acompanham o aumento dos preços.
Relatório Focus: projeções para 2025 e 2026
Para 2025, a expectativa de inflação subiu de 4,12% para 4,34%. Em 2026, a projeção também aumentou, de 3,70% para 3,78%. A meta de inflação para esses anos permanece em 3%, com tolerância de até 4,5%.
O BC, com base no sistema de metas, ajusta a taxa Selic para controlar a inflação, levando em conta um impacto econômico que pode levar de seis a 18 meses para se concretizar. Atualmente, a instituição já foca na expectativa de inflação para meados de 2026.
Crescimento do PIB e investimentos
A projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2024 subiu de 3,10% para 3,17%, refletindo otimismo moderado no desempenho econômico. Já para 2025, a estimativa avançou de 1,94% para 1,95%.
Os investimentos estrangeiros no Brasil também tiveram ajustes: a previsão para 2024 subiu de US$ 71,5 bilhões para US$ 71,6 bilhões.
Taxa Selic e câmbio no relatório Focus
Atualmente em 11,25% ao ano, a Selic pode subir para 11,75% até o final de 2024 e atingir 12,25% em 2025, segundo especificidade. Quanto ao câmbio, espera-se que o dólar alcance R$ 5,70 ao final de 2024 e R$ 5,55 em 2025.