A Brazil Potash, empresa canadense que irá extrair potássio da região amazônica, enfrentou uma estreia difícil na Bolsa de Nova York. O primeiro IPO de uma companhia brasileira na bolsa americana desde 2021 não teve o sucesso esperado. Apesar das expectativas de captar US$ 150 milhões, a empresa conseguiu levantar apenas US$ 30 milhões.
Este IPO, que visa financiar o projeto de mineração no município de Autazes, no Amazonas, não seguiu o padrão de ofertas tradicionais. A operação atraiu investidores com um perfil mais arriscado, interessados em empresas pré-operacionais. O projeto, que tem um orçamento estimado de US$ 2 bilhões, quer transformar o Brasil em uma potência produtora de cloreto de potássio, fertilizante essencial para a agricultura nacional. Atualmente, o país importa mais de 80% do potássio que consome.
Produção e licenças ambientais
Apesar do valor levantado ter ficado abaixo das expectativas, a Brazil Potash segue com o plano de extrair até 2,2 milhões de toneladas de cloreto de potássio por ano ao longo de 23 anos, com a produção totalizando mais de 50 milhões de toneladas durante esse período. Contudo, o investimento no projeto ainda é incerto, uma vez que a empresa não obteve todas as licenças ambientais necessárias para dar continuidade à obra.
Além dos obstáculos regulatórios, a Brazil Potash enfrenta um histórico de disputas legais no Brasil. Processos movidos por procuradores e o Ministério Público Federal do Amazonas questionaram desde práticas ambientais até acusações envolvendo a comunidade indígena.
Em termos financeiros, o ano de 2023 foi desafiador para a companhia, que registrou um prejuízo de US$ 8,3 milhões, representando uma queda em relação aos US$ 28,7 milhões de prejuízo registrados em 2022. Além disso, o IPO foi coordenado por grandes instituições financeiras, como Bradesco BBI e Roth Capital Partners.
Brazil Potash: impactos ambientais e desafios econômicos no projeto amazônico
O IPO da Brazil Potash levanta questões sobre os riscos e as oportunidades do setor de mineração no Brasil. Nesse sentido, em um momento de transição energética e crescente demanda por fertilizantes sustentáveis, a empresa deverá enfrentar tanto desafios ambientais quanto econômicos.