As ações da UnitedHealth Group, uma das maiores seguradoras de saúde do mundo, tiveram uma queda de mais de 10% após o assassinato de Brian Thompson, CEO da UnitedHealthcare. A empresa perdeu mais de R$ 271,71 bilhões (US$ 45 bilhões) em valor de mercado. Desde o crime, os papéis do grupo acumulam 8% de desvalorização.
A última vez que a companhia enfrentou uma queda tão forte foi em março de 2020, no início da pandemia. Analistas apontam que a reação do mercado está diretamente relacionada às incertezas geradas pelo crime, que expôs práticas da indústria de saúde e levantou questionamentos sobre possíveis regulamentações mais fortes no setor.
Impacto no mercado e projeções
Nesta quarta-feira (11), investidores negociaram as ações da UnitedHealth a R$ 3.237,92 (US$ 536,88), valor abaixo da projeção revisada pela corretora Jefferies, que fixou o preço-alvo em US$ 634, reduzindo-o para US$ 647. Apesar do cenário de incerteza, a Jefferies manteve a recomendação de compra e afirmou que a reação do mercado pode estar exagerada.
UnitedHealth: detalhes do crime e prisão do suspeito
A polícia prendeu Luigi Mangione, de 26 anos, na segunda-feira, suspeito de assassinar Brian Thompson em um hotel em Nova York. O crime ocorreu no dia 4 de dezembro. Os agentes o detiveram em Altoona, Pensilvânia, depois que um funcionário de um McDonald’s alertou as autoridades sobre sua presença no local. Ele estava em posse de uma “arma fantasma”, um silenciador e documentos falsos, além de uma nota manuscrita que parecia assumir responsabilidade pelo homicídio.
O crime ocorreu enquanto Thompson chegava ao hotel Hilton na West 54th Street para participar de uma reunião com investidores. Segundo autoridades, Luigi Mangione fugiu de bicicleta após o ataque, mas deixou para trás evidências como uma garrafa de água e um embrulho de barra de cereais, que permitiram a identificação de suas digitais.
Motivação e perfil do suspeito
De acordo com investigações, o suspeito planejou o ataque detalhadamente, como indicado em um caderno encontrado pela polícia. O documento descrevia a intenção de assassinar o CEO em um evento corporativo, justificando o ato como uma “derrubada simbólica” contra práticas injustas da indústria de saúde.
Luigi Mangione enfrentará acusações de homicídio e permanecerá preso sem direito a fiança. Ele teria interrompido o contato com amigos e familiares há seis meses, e sua mãe chegou a registrar um boletim de ocorrência de desaparecimento recentemente.
Reações públicas
Após a prisão, ocorreram protestos isolados. As autoridades dos Estados Unidos demonstraram preocupação, alertando que o suspeito pode ser visto por algumas pessoas como um “mártir“, o que poderia motivar outros a seguirem seu exemplo em ações semelhantes.