Uma intensa disputa judicial envolvendo Abdul Fares, de 40 anos, herdeiro de uma das maiores redes de varejo do Brasil, expõe o embate familiar por uma fortuna bilionária. Ele busca interditar o pai, Jamel Fares, 64, sócio-fundador da Marabraz, rede com 120 lojas de móveis.
O caso Marabraz
O processo de interdição corre sob segredo de Justiça na comarca de Simões Filho (BA) e foi descoberto pelo patriarca durante verificações jurídicas de rotina. Na ação, Abdul Fares aponta problemas de saúde do pai, como depressão profunda, dependência de medicamentos e agressividade, baseando-se em laudos médicos.
Surpreendido, Jamel Fares contratou o escritório Warde Advogados para questionar a jurisdição do caso e acusa o filho de falsidade ideológica. Em petições recentes, o empresário também protocolou denúncias criminais contra o filho, chamando-o de “parasita” e “ingrato”.
Embate familiar e financeiro
A disputa mostra um cenário de atritos que se intensificou nos últimos anos. Jamel e os irmãos, Adiel e Nasser, fundaram a Marabraz na década de 1980. O patrimônio familiar está em uma holding controlada por herdeiros, incluindo Abdul.
O conflito entre gerações escalou com acusações de má gestão por parte de Abdul, que teria gasto R$ 22,5 milhões em despesas pessoais, incluindo viagens de jatinho e compra de joias para sua noiva. A defesa do patriarca afirma que o estilo de vida do herdeiro é diferente do estilo dos fundadores.
Jurisdição em disputa
A ação de interdição foi movida em Simões Filho, onde Abdul Fares alegou ter um imóvel alugado. Contudo, a defesa de patriarca apresentou provas de que nenhum dos envolvidos reside no município, solicitando a transferência do processo para Barueri (SP), onde pai e filho vivem.
O Ministério Público recomendou suspender a apreciação do pedido de curatela provisória até esclarecer as dúvidas sobre o domicílio. Caso confirmadas as irregularidades, Abdul Fares poderá enfrentar pena de até cinco anos de reclusão.
O contexto econômico Marabraz
Por trás do embate, está o controle de uma holding bilionária, com faturamento anual estimado em R$ 1 bilhão. O desfecho dessa disputa judicial pode redefinir os rumos de um dos maiores impérios varejistas do país.