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Ghosn afirma que possível acordo com Honda revela ‘modo pânico’ da Nissan

Carlos Ghosn criticou a possível parceria entre Nissan e Honda, chamando-a de "desesperada" e sem lógica industrial. Para ele, a iniciativa reflete pressão governamental. Ghosn também apontou o interesse estratégico da Foxconn em adquirir uma montadora para entrar no mercado de elétricos
Imagem de Carlos Ghosn, que rencentemente classifica como modo pânico pareceria entre Nissan e Honda
Reprodução/YouTube

Carlos Ghosn, ex-presidente da Nissan, afirmou que a busca da montadora por um acordo com a Honda reflete um “modo pânico”. Em entrevista à Bloomberg Television na sexta-feira (20), Ghosn classificou a possível parceria como “um movimento desesperado”, destacando a falta de sinergias entre as duas empresas. “Não é um acordo pragmático, pois é difícil encontrar complementaridades entre elas”, afirmou.

A Honda confirmou que avalia diferentes opções, incluindo uma fusão, uma parceria de capital ou até a criação de uma holding com a Nissan. Enquanto isso, a taiwanesa Foxconn, conhecida por fabricar iPhones, também demonstrou interesse na Nissan, mas suspendeu as negociações, segundo a Bloomberg.

Por que Carlos Ghosn discorda da parceria?

Para Ghosn, as duas empresas competem nos mesmos mercados com produtos similares, o que torna questionável a lógica de uma combinação. Ele acredita que o Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão pode estar pressionando a Honda a avançar com o acordo para lidar com os problemas de curto prazo da Nissan e alinhar com a visão de longo prazo da Honda. Contudo, segundo ele, “não há lógica industrial” para a parceria.

Desde que fugiu do Japão há cinco anos, Ghosn, de 70 anos, reside em Beirute. Ele escapou de acusações de má conduta financeira em um ousado plano que envolveu sua saída em uma caixa de equipamento musical para um avião particular. A Nissan e Ghosn permanecem em disputa judicial, com a montadora acusando-o de não declarar sua renda corretamente e de desviar recursos da empresa. Ghosn nega as acusações e alega que a Nissan prejudicou sua reputação e finanças.

Interesse da Foxconn

Sobre o interesse da Foxconn em adquirir uma montadora, Ghosn considerou o movimento estratégico. “É compreensível que uma empresa como a Foxconn, focada em entrar no mercado de carros elétricos, prefira comprar uma montadora a construir do zero”, disse. Para ele, essa abordagem prática pode atrair outros interessados em investir na indústria automotiva por meio de aquisições.

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