O dólar comercial subiu 2% em relação ao real nesta segunda-feira (23), refletindo tendências externas e preocupações internas com a política fiscal. A moeda norte-americana fechou em R$ 6,185 na compra e R$ 6,186 na venda, após atingir a máxima de R$ 6,20 durante o dia.
Dólar fecha em alta
Apesar de não encerrar no pico, o dólar teve um forte desempenho. O dólar futuro avançou 1,57%, negociado a R$ 6,195. Internamente, as incertezas sobre o rumo fiscal do governo contribuíram para a valorização da moeda americana. Na última semana, o dólar acumulou alta de 0,69%, após intensa volatilidade no mercado.
Banco Central e medidas cambiais
O Banco Central realizou leilão de até 15.000 contratos de swap cambial tradicional para rolar vencimentos de fevereiro de 2025. No entanto, nenhuma operação extraordinária foi anunciada, diferentemente das sessões anteriores.
Além disso, a pesquisa Focus divulgada nesta manhã reforçou a desancoragem das expectativas de inflação, com projeções acima da meta contínua de 3% para 2024 e 2025.
Impactos externos e cenário cambial
No exterior, o Federal Reserve indicou cortes moderados nas taxas de juros, impulsionando o rendimento dos Treasuries e fortalecendo o dólar globalmente. Internamente, o ritmo mais lento em Brasília, com o recesso do Congresso Nacional, agrava as dúvidas sobre a política fiscal.
O mercado projeta a cotação do dólar em R$ 6,00 no fim deste ano e R$ 5,90 para 2025, enquanto o Brasil registrou déficit de 3,06 bilhões de dólares na conta corrente em novembro, compensado pelo saldo positivo de investimento direto no país.