Após a morte de Paulo Abreu, em Araguaína (TO), seus filhos descobriram uma herança de 32 milhões de Cruzados guardados em uma mala. O dinheiro, que em 1988 representava uma fortuna, hoje não tem valor financeiro. Caso corrigida pela inflação, a quantia equivaleria a R$ 23,6 milhões, mas as mudanças monetárias no Brasil tornaram o montante inútil no mercado atual.
De 32 milhões de Cruzados a R$ 23,6 milhões corrigidos pela inflação
Na década de 1980, o Cruzado era a moeda vigente no Brasil, mas o período ficou marcado por uma inflação que corroía o poder de compra da população. Se corrigíssemos os 32 milhões de Cruzados encontrados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a principal métrica de inflação no Brasil, esse montante equivaleria a R$ 23,6 milhões nos dias de hoje.
Segundo o economista Eduardo Araújo, esse valor atualizado representa apenas a preservação do poder de compra original, sem levar em conta rendimentos financeiros.
“Se o valor tivesse sido investido em aplicações conservadoras, como a Selic, a fortuna seria ainda maior, podendo alcançar cifras impressionantes”, destacou.
Mudanças monetárias e o fim do Cruzado
O prazo para a troca do Cruzado por outras moedas, como o Cruzado Novo, foi encerrado em 1989. Após esse período, as cédulas e moedas deixaram de ter valor financeiro, transformando-se apenas em itens históricos.
Paulo Abreu, o responsável por guardar essa quantia, trabalhava como garimpeiro e não confiava em bancos. Sua decisão de armazenar dinheiro em espécie, uma prática comum em épocas de instabilidade econômica, acabou resultando em uma “herança” de valor simbólico, mas sem relevância financeira.