O Índice de Confiança do Comércio (Icom) avançou 0,6 ponto em dezembro, alcançando 93,3 pontos, conforme divulgado nesta sexta-feira (27) pela Fundação Getulio Vargas (FGV). No acumulado trimestral, o índice teve crescimento de 1,1 ponto, reforçando a retomada gradual do setor ao longo de 2024.
De acordo com Geórgia Veloso, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), o aumento da confiança se deve, principalmente, a uma melhora na percepção sobre o momento atual.
“O mercado de trabalho fortalecido e o aumento na renda familiar influenciaram positivamente as avaliações sobre o presente. No entanto, as expectativas para o futuro ainda não recuperaram os níveis de 2023, com empresários preocupados com as condições econômicas de 2025”, analisou.
Desempenho positivo no presente contrasta com incertezas futuras na confiança do comércio
O Índice de Situação Atual (ISA-COM), que mede as condições atuais do comércio, registrou alta de 5,0 pontos em dezembro, atingindo 99,9 pontos, o maior valor desde março de 2020. Já o Índice de Expectativas (IE-COM), que avalia o futuro do setor, caiu 3,5 pontos, marcando 87,2 pontos.
Os indicadores mostram um panorama misto: enquanto o item que mede a demanda atual subiu 2,2 pontos, as projeções de negócios para os próximos seis meses caíram 7,2 pontos. Essa oposição demonstra que, apesar das incertezas decorrentes de fatores como câmbio, taxa de juros e política fiscal, há otimismo em relação ao presente.
Setor encerra 2024 em patamar superior ao de 2023
A confiança no comércio fechou o quarto trimestre com elevação de 1,6 ponto em relação ao trimestre anterior, destacando uma recuperação mais forte em 2024, apesar das oscilações observadas ao longo do ano. Para Geórgia Veloso, o cenário foi favorável ao varejo em diversos aspectos, mas os desafios permanecem.
“O avanço foi concentrado na avaliação do presente, enquanto as expectativas oscilaram devido ao cenário econômico instável”, concluiu.
O setor também registrou alta em dois dos seis principais segmentos analisados, segundo o FGV. Esse resultado, somado ao desempenho mais consistente em 2024, reforça a importância de um ambiente econômico estável para consolidar a recuperação no comércio.