Projeções do Boletim Focus: Impactos na economia brasileira

No primeiro Boletim Focus do ano, os economistas do mercado financeiro, consultados pelo Banco Central do Brasil (BC), ajustaram suas projeções para a inflação em 2024, indicando um cenário mais desafiador. A previsão do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuou de 4,90% para 4,89%, mas ainda está acima do teto da meta de inflação, que é de 4,5%. A meta central de inflação é de 3%, com um intervalo de tolerância entre 1,5% e 4,5%.

Se o índice superar esse limite, o BC terá de justificar o desvio enviando uma carta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A alta nos gastos públicos tem sido apontada por analistas como um dos fatores que pressionam as projeções inflacionárias.

Ajustes fiscais e impactos na economia

O governo apresentou medidas em novembro para conter os gastos públicos, incluindo cortes na educação, ajustes no abono salarial e mudanças na aposentadoria dos militares. Apesar disso, as projeções dos economistas consultados no Boletim Focus avaliam que as reduções não atingirão o impacto esperado.

A projeção para a inflação em 2025 também aumentou, passando de 4,96% para 4,99%. Para 2026, a expectativa subiu de 4,01% para 4,03%. Com isso, a inflação projetada para os próximos anos continua acima do teto do sistema de metas.

Projeções do Boletim Focus: Taxa de juros em alta

A política monetária segue como uma ferramenta importante para conter a inflação. O BC elevou a taxa Selic para 12,25% ao ano no final de 2024, indicando novos aumentos em 2025. O mercado agora projeta uma Selic de 15% ao ano para o fim de 2025. Em 2026, a taxa deve recuar para 12%, e em 2027, estabilizar-se em 10%.

Esses ajustes afetam diretamente o crédito e o consumo, influenciando o poder de compra da população. Quando a inflação sobe, o salário dos trabalhadores, principalmente os de baixa renda, não acompanha o aumento dos preços, o que reduz o consumo.

Produto Interno Bruto e outras estimativas

A projeção do Boletim Focus para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024 foi mantida em 3,49%, após um terceiro trimestre melhor que o esperado, com alta de 0,9%. Para 2025, o mercado prevê um leve aumento, de 2,01% para 2,02%.