A Raízen perdeu R$ 18,7 bilhões em valor de mercado no último ano, uma queda de 47,98%, impactada pela elevação dos juros e adversidades na atual safra de cana. Apesar de esforços para reduzir alavancagem, como vendas de ativos, a estiagem e os incêndios prejudicaram a moagem, que somou 77,5 milhões de toneladas, 6% abaixo da estimativa mínima da empresa.
Queda das ações da Raízen
Com ações da Raízen em queda de 5,39%, atingindo R$ 1,93, a companhia segue pressionada pela geração de caixa em um ambiente de juros altos. Os dados acionários na B3 são do Valor Data. Já a dívida líquida alcançou R$ 35,9 bilhões, representando 2,6 vezes o Ebitda (ganhos antes de descontar taxas, impostos e despesas) ajustado, nível considerado saudável, mas insuficiente para aliviar preocupações do mercado.
Além disso (queda da Raízen), a interpretação de contratos de recebíveis de etanol celulósico como dívida aumenta a percepção de alavancagem. Pode-se alcançar até 4,6 vezes, segundo analistas. Projetos de longo prazo, como o E2G, tornam o fluxo de caixa mais distante, reduzindo o valor da empresa.
Venda de ativos
A Raízen já vendeu ativos, incluindo usinas de energia solar e canaviais, para melhorar a liquidez e interromper o clico de queda. Recentemente, concluiu a venda de 900 mil toneladas de cana à Usina Alta Mogiana por R$ 384 milhões. A medida visou reduzir custos de produção e focar em unidades com cogeração de energia.
Apesar dessas iniciativas, analistas apontam que a queda da Raízen aguarda mais clareza sobre desalavancagem e reestruturação de portfólio antes de uma recuperação do sentimento em relação à companhia.