A economia brasileira se prepara para um ano de crescimento do PIB moderado em 2025, com projeções otimistas para o agronegócio e desafios para os setores de serviços e indústria. As estimativas de analistas, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) destacam a retomada de segmentos estratégicos, além de uma safra recorde de grãos. Confira a análise detalhada dos setores que puxarão o Produto Interno Bruto (PIB) em 2025.
Agropecuária: o motor do crescimento do PIB
O agronegócio deve ser o principal propulsor da economia brasileira em 2025. A expectativa é de que o setor contribua com aproximadamente 13% do crescimento do PIB, revertendo a queda registrada em 2024. O primeiro prognóstico do IBGE para a safra de 2025 prevê um novo recorde na produção de soja, consolidando a importância do Centro-Oeste, com previsão de crescimento médio de 2,8%.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) projeta um aumento de até 5% para o PIB do agronegócio, com destaque para a produção de grãos e crescimento da indústria de insumos e da agroindústria exportadora. O cenário, porém, traz desafios, como pressões de custo devido à valorização do dólar e juros elevados.
Indústria mantém um desempenho modesto
O setor industrial também enfrenta um cenário de crescimento do PIB contido em 2025. Conforme previsões do Banco Central e dados do Boletim Focus, a indústria deve contribuir com cerca de 20% para o crescimento do PIB, uma ligeira redução em relação aos 22% de 2024.
Embora a demanda por bens de capital tenha mostrado sinais de recuperação em 2024, especialistas apontam que os juros elevados e desafios no mercado externo podem limitar uma expansão mais robusta. A indústria de transformação, em especial, ainda busca se estabilizar após um período de volatilidade.
Desaceleração dos serviços
O setor de serviços, responsável por boa parte do desempenho positivo do PIB em 2024, deve perder força em 2025. A previsão é de uma redução na contribuição do setor para o crescimento econômico, caindo de 64% para 56%. A desaceleração reflete uma combinação de fatores, como possíveis aumentos nas taxas de juros e menor impulso fiscal.
Atividades como comércio, transporte e bancos ainda devem manter relevância, mas com um ritmo menos expressivo do que no ano anterior. Analistas também alertam para uma maior precaução por parte de consumidores e empresários diante de incertezas econômicas.
Fatores macroeconômicos do crescimento do PIB
O Banco Central projeta um crescimento de 2% para a economia brasileira em 2025, enquanto o Fundo Monetário Internacional (FMI) estima 2,5%. Apesar das expectativas positivas para o agronegócio, o cenário macroeconômico ainda apresenta desafios, como a política monetária restritiva, dólar valorizado e incertezas fiscais.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) alerta para os impactos dos juros elevados, com a taxa Selic projetada em 13,50% ao final de 2025. Além disso, a inflação deve desacelerar para 4,59%, ainda acima do teto da meta.
O ano de 2025 trará desafios e oportunidades para a economia brasileira. Com a agropecuária como protagonista e desafios para serviços e indústria, os setores precisarão de estratégias eficazes para manter a competitividade e superar as adversidades. Empresários e investidores devem ficar atentos às dinâmicas do mercado e às políticas econômicas para aproveitar as oportunidades que se desenham no horizonte.
