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Como influenciadores financeiros estão moldando o comportamento de investidores

Nathalia Arcuri, especialista em finanças e dona do Canal Me Poupe., representando os influenciadores financeiros.
Nathalia Arcuri, especialista em finanças e dona do Canal Me Poupe. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Nos últimos anos, uma transformação silenciosa tem ocorrido no mercado financeiro: a ascensão dos influenciadores financeiros digitais especializados em investimentos. Esses profissionais, têm se tornado figuras proeminentes ao descomplicar conceitos complexos e oferecer orientações para investidores de diferentes perfis.

Com a popularização das redes sociais e plataformas digitais, como Instagram, YouTube e podcasts, os influenciadores financeiros democratizaram o acesso à educação financeira. Essa nova realidade impacta não apenas os pequenos investidores, mas também profissionais de alto escalão e empresários em busca de novas estratégias de alocação de capital.

O papel dos influenciadores financeiros na educação financeira

Em um país onde 46% da população não controla o próprio orçamento, conforme pesquisa do SPC Brasil e da CNDL, os influenciadores financeiros cumprem um papel essencial. Eles traduzem temas como diversificação de investimentos, planejamento financeiro e previdência em uma linguagem acessível e cativante.

Os perfis mais seguidos incluem nomes como Thiago Nigro (O Primo Rico), Nathalia Arcuri (Me Poupe!) e Nath Finanças, que conquistaram o respeito de milhares de seguidores ao abordar questões financeiras de maneira descomplicada. A capacidade de comunicar-se diretamente com o público, aliada à interatividade, dá a esses profissionais uma influência que ultrapassa a de analistas financeiros tradicionais.

Impacto na tomada de decisão de investimentos

A influência dos influenciadores financeiros vai muito além da educação. Com o tempo, eles conquistaram a confiança do público, tornando-se referências para recomendações de produtos financeiros. Essa influência direta, contudo, levanta questões sobre a responsabilidade no compartilhamento de informações.

Nem todos os influenciadores financeiros possuem certificações, como o CNPI (Certificado Nacional do Profissional de Investimentos), o que os impede de fazer recomendações formais sobre compra e venda de ativos. Casos de manipulação de mercado, como o ocorrido com Eike Batista, ressaltam a necessidade de fiscalização e transparência nesse setor.

Dicas para identificar conteúdos confiáveis

Para garantir uma experiência segura com conteúdos de influenciadores financeiros, é importante:

  • Verificar se a empresa ou ativo recomendado possui certificação pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
  • Desconfiar de promessas de rentabilidades expressivas fora dos padrões do mercado.
  • Pesquisar sobre a credibilidade e certificação do influenciador.

Crescimento do mercado de influenciadores financeiros no Brasil

O Brasil testemunha um crescimento acelerado desse mercado. Segundo estudo da Anbima, há cerca de 515 influenciadores digitais atuando no segmento financeiro, com uma audiência acumulada de 165 milhões de seguidores.

A preferência por temas de renda variável, como criptomoedas e ações, é uma das principais características desse nicho. Para assegurar boas práticas, a Anbima estabeleceu diretrizes para a contratação de influenciadores financeiros, com vigência desde novembro de 2024, visando aumentar a transparência nas informações compartilhadas.

A responsabilidade dos influenciadores financeiros é tremenda. Na França, uma legislação pioneira foi criada para regulamentar essa atividade, prevendo penas de até dois anos de prisão e multas para quem descumprir as regras.

O movimento evidencia a necessidade de tratar essa função com seriedade, dado o impacto direto nas finanças pessoais de seus seguidores. A transparência e a precisão nas informações são fundamentais para evitar conflitos de interesse e proteger investidores.

O fenômeno dos influenciadores financeiros no Brasil não é apenas uma tendência passageira. Ele reflete uma mudança estrutural na forma como o conhecimento financeiro é disseminado e consumido.

Para empresários, investidores e profissionais do mercado, compreender esse novo cenário é essencial. A adoção de boas práticas, aliada à regulação adequada, garantirá que essa transformação continue beneficiando o mercado financeiro e seus participantes.

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