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Aerolíneas Argentinas: como Javier Milei reestruturou a empresa após 16 anos de prejuízos

A Aerolíneas Argentinas, após 16 anos de prejuízos, surpreende ao registrar um lucro operacional de US$ 20,2 milhões em 2024. Com gestão eficiente, a estatal se prepara para operar sem ajuda do governo em 2025 e atrair investidores para a privatização. A reestruturação inclui redução de funcionários e renegociações com fornecedores. Descubra como a Aerolíneas está se reinventando.
Aerolineas Argentinas Boeing 737-800 (Foto: Divulgação)

A Aerolíneas Argentinas, companhia aérea estatal do país, comunicou ao mercado nesta segunda-feira (17/02) um lucro operacional de US$ 20,2 milhões em 2024. Sob a gestão do presidente Javier Milei, esse foi o primeiro resultado positivo desde que a empresa voltou ao controle do governo em 2008. O anúncio foi feito durante uma reunião de acionistas, que também aprovou o balanço financeiro de 2023. No ano anterior, a empresa teve um prejuízo de US$ 220 milhões.

Recuperação financeira após anos de prejuízo

Nos últimos 16 anos, a Aerolíneas Argentinas teve um prejuízo médio anual de US$ 400 milhões. No entanto, o CEO da companhia, Fabián Lombardo, afirmou que a empresa conseguiu reduzir sua dívida em dólares em 25%, sem comprometer seu caixa. Essa melhora foi resultado de cortes de custos e maior eficiência na gestão.

Portanto, o resultado positivo de 2024 coloca a empresa em um novo momento financeiro, permitindo uma administração mais sustentável. Além disso, essa recuperação pode atrair interessados na privatização da Aerolíneas Argentinas, um tema que vem ganhando relevância entre investidores e analistas do setor aéreo.

Empresa quer operar sem ajuda do governo em 2025

A companhia espera que, em 2025, consiga funcionar sem precisar de dinheiro do governo. “Durante 2025, não pediremos dinheiro ao governo. Nossa operação será sustentada apenas pelas receitas geradas internamente”, disse Lombardo. Dessa forma, a empresa pode se tornar mais valiosa para investidores e consolidar seu retorno financeiro no setor de aviação.

Redução de custos e impacto na equipe da Aerolíneas Argentinas

Para melhorar os resultados, a Aerolíneas Argentinas fez cortes no quadro de funcionários. O número de empregados atingiu o menor nível dos últimos 14 anos. Mais de 1.600 pessoas saíram da empresa, incluindo 85 cargos seniores, entre eles 8 diretores, 20 gerentes e 57 funcionários de outras categorias.

Além disso, a empresa revisou rotas deficitárias, renegociou com sindicatos e cancelou contratos com fornecedores para aumentar a produtividade da equipe. Como resultado, a companhia espera manter um nível de operação mais eficiente, o que contribui para a eficiência operacional no setor aéreo argentino.

Privatização e mudanças na companhia

Desde que assumiu a presidência da Argentina no final de 2023, Javier Milei tem planos de privatizar com maior brevidade a Aerolíneas Argentinas. Para atrair investidores, a administração busca tornar a empresa mais eficiente e competitiva.

“Nosso foco é melhorar os resultados da empresa para torná-la atrativa para privatização quando as condições forem adequadas”, afirmou Lombardo.

A Aerolíneas já passou por várias mudanças. Nos anos 90, foi privatizada, e a espanhola Ibéria comprou 85% de suas ações. No entanto, nos anos 2000, a empresa teve dificuldades e cancelou vários voos internacionais, inclusive para o Brasil. Em 2002, foi vendida para o Grupo Marsans, que retomou os voos internacionais e renovou a identidade visual da empresa.

Em 2008, o Grupo Marsans devolveu a empresa ao governo argentino, pois acumulava dívidas de quase US$ 900 milhões. Para manter os empregos e as operações, o governo reestatizou a companhia. Consequentemente, em 2009, a então presidente Cristina Kirchner nomeou uma nova diretoria para recuperar a empresa, comprando novos aviões e reativando rotas canceladas. A revisão desses processos fez parte de uma ampla reestruturação da companhia em 2024, essencial para alcançar o lucro operacional Aerolíneas Argentinas.

Destinos e operações da Aerolíneas Argentinas

A companhia aérea opera voos para mais de 60 destinos nacionais e internacionais. No Brasil, há conexões de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Brasília e Curitiba para Buenos Aires, além de conexões para outras cidades argentinas.

O tempo de voo de São Paulo para a Argentina tem uma duração média de apenas 3h43min.

Com sua frota modernizada e um plano de crescimento, a empresa busca fortalecer sua presença no mercado sul-americano. Dessa maneira, a companhia ainda pretende melhorar os serviços e a gestão financeira, além de atrair investimentos no setor aéreo argentino. O desempenho econômico da Aerolíneas Argentinas será um fator determinante para sua estratégia futura, principalmente diante do impacto das políticas de Javier Milei na aviação e na economia do país.

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