O Banco do Estado de Sergipe (Banese) encerrou 2024 com um lucro líquido de R$ 146,7 milhões, um salto de 208,8% em comparação ao ano anterior. O desempenho representa o melhor resultado já registrado pela instituição. No último trimestre do ano, o banco teve um lucro de R$ 40,5 milhões, crescimento de 20,9% em relação ao trimestre anterior, mas com uma leve queda de 1,7% na comparação anual. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) alcançou 20,3%, subindo 12,6 pontos percentuais em 12 meses.
Quais fatores impulsionaram o lucro do Banese?
A expansão da intermediação financeira teve um papel essencial no crescimento do banco, registrando alta de 13% e somando R$ 497,7 milhões ao longo do ano. Além disso, a carteira de crédito apresentou um avanço de 14,9%, totalizando R$ 4,611 bilhões.
Para o presidente do Banese, Marco Queiroz, o desempenho financeiro reflete a dedicação da equipe e o compromisso com a inclusão bancária no estado. “Esses números demonstram o esforço contínuo para oferecer soluções inovadoras e ampliar o acesso da população sergipana ao sistema financeiro”, afirmou em comunicado.
Aumento da inadimplência e das provisões
Mesmo com o crescimento nos resultados, a inadimplência também subiu. No quarto trimestre de 2024, o índice chegou a 3,38%, contra 3,22% no trimestre anterior e 2,87% no final de 2023.
Para lidar com esse cenário, o banco elevou as provisões para créditos de liquidação duvidosa, que somaram R$ 236,2 milhões, um aumento de 9,4% em um ano. O crescimento das provisões foi impulsionado pelo aumento da inadimplência na carteira de crédito comercial, especialmente nas operações consignadas. Por outro lado, a desaceleração das provisões em outras linhas, como financiamento e crédito rural, ajudou a equilibrar os números.
Avanço nas receitas de serviços e meios de pagamento
Outro ponto positivo do balanço foi o crescimento das receitas com prestação de serviços, que tiveram alta de 11,9%, alcançando R$ 136,7 milhões, contribuindo para o lucro do Banese.
Já a Mulvi, empresa do Grupo Banese voltada para meios de pagamento, movimentou R$ 4,5 bilhões em 2024. Apenas no quarto trimestre, foram R$ 1,2 bilhão, um aumento de 8,5% na comparação trimestral e de 13,9% no acumulado do ano. A empresa opera as marcas Banese Card e Mulvi Pay, fortalecendo sua presença no setor de pagamentos digitais.
Perspectivas de lucro do Banese para 2025
O Banese encerrou o ano com 871,2 mil clientes e 63 agências, consolidando sua presença no mercado sergipano. No entanto, o crescimento das despesas administrativas, que subiram 6,4%, chegando a R$ 426,8 milhões, sinaliza desafios na gestão de custos para os próximos meses.
Para 2025, o Banese deve focar no equilíbrio entre expansão da carteira de crédito e controle da inadimplência, além de investir em tecnologia para aprimorar seus serviços e fortalecer sua base de clientes.