O Índice de Confiança Empresarial (ICE) do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) caiu 0,3 ponto em fevereiro, atingindo 94,7 pontos. Esse é o menor nível desde maio de 2024. O recuo do indicador reflete um cenário de incerteza no setor empresarial, com perspectivas menos otimistas para os próximos meses.
O que explica a queda na confiança do setor empresarial?
Nos últimos quatro meses, o indicador que mede o otimismo sobre a evolução dos negócios nos seis meses seguintes acumulou uma queda de 5,6 pontos. De acordo com Aloisio Campelo Jr., pesquisador do FGV Ibre, essa tendência reforça o sinal de que as empresas já antecipam uma desaceleração econômica em 2025.
O Índice de Expectativas Empresariais (IE-E), que mede a percepção dos empresários sobre o futuro, também caiu 0,3 ponto em fevereiro, alcançando 93,5 pontos. Essa é a quarta queda consecutiva do indicador. Um dos destaques negativos foi o recuo de 1,1 ponto no indicador de expectativas para os negócios nos próximos seis meses, que chegou a 93,0 pontos. Pela primeira vez desde julho de 2024, esse índice apresenta maior pessimismo do que os indicadores que captam previsões para os três meses seguintes.
Situação atual dos negócios também preocupa
O Índice da Situação Atual Empresarial (ISA-E), que avalia as condições do presente, recuou 0,3 ponto, fechando fevereiro em 95,8 pontos. Esse resultado reforça a tendência de queda da confiança empresarial já observada nos primeiros meses de 2025. Após ter se aproximado dos 100 pontos no final do ano passado, o índice já acumula uma retração de 2,7 pontos no início deste ano.
Entre os componentes do ISA-E, o indicador de demanda atual empresarial apresentou um leve avanço de 0,8 ponto, atingindo 97,3 pontos. No entanto, o indicador de situação atual dos negócios recuou 1,3 ponto, chegando a 94,4 pontos, demonstrando um ambiente de negócios mais desafiador.
Confiança empresarial: perspectivas para o restante do ano
Os dados apontam que o empresariado brasileiro tem adotado uma postura mais cautelosa diante do cenário econômico. A queda contínua dos índices de confiança e expectativa sugere que o ritmo da atividade econômica pode desacelerar nos próximos meses. A evolução desses indicadores será importante para entender os próximos passos da economia em 2025.
