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Boletim Focus revela ajustes na economia: veja as projeções

A imagem mostra o Banco Central do Brasil.
Banco Central do Brasil. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil.

As expectativas do mercado financeiro para a inflação em 2025 sofreram um novo ajuste para cima, conforme divulgado no Boletim Focus desta segunda-feira (10) pelo Banco Central (BC). A projeção do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu de 5,65% para 5,68%, indicando uma maior preocupação com a capacidade da política monetária de conter os aumentos de preços.

O dado reforça um cenário desafiador para o BC, pois a meta de inflação para 2025 é de 3%, podendo oscilar dentro do intervalo de tolerância entre 1,5% e 4,5%. A estimativa de 5,68% mostra que a inflação projetada está bem acima do teto da meta, o que pode demandar uma atuação mais restritiva da política monetária nos próximos meses.

Para os anos seguintes, as expectativas do Boletim Focus se mantiveram estáveis: 4,40% para 2026, 4% para 2027 e 3,75% para 2028. Vale lembrar que, a partir de 2025, o regime de metas de inflação no Brasil passará a ser contínuo, ou seja, baseado na inflação acumulada em 12 meses. Caso a inflação permaneça acima do teto de 4,5% por seis meses consecutivos, o Banco Central será obrigado a justificar o descumprimento por meio de uma carta pública ao Ministério da Fazenda.

Taxa de juros é mantida, mas com perspectiva de ajustes

A projeção do mercado do Boletim Focus para a taxa Selic em 2025 permaneceu estável em 15% ao ano, indicando que os economistas ainda veem um cenário de juros elevados para conter a inflação. Atualmente, a taxa básica de juros está em 13,25% ao ano, após quatro elevações consecutivas, e o Comitê de Política Monetária (Copom) já sinalizou que novos aumentos podem ocorrer.

Para 2026, o mercado financeiro manteve a projeção de Selic em 12,50% ao ano, enquanto para 2027 a taxa deve ficar em 10,50% e, em 2028, em 10%. Esses valores mostram que os agentes econômicos acreditam que os juros continuarão altos nos próximos anos para combater a inflação persistente.

Boletim Focus: PIB e câmbio seguem estáveis

A projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2025 permaneceu em 2,01%, segundo o Boletim Focus indicando uma expectativa de crescimento moderado para a economia brasileira. Já para 2026, a previsão de crescimento do PIB seguiu em 1,70%, refletindo um cenário de expansão contida nos próximos anos.

No que diz respeito ao câmbio, o dólar deve encerrar 2025 cotado a R$5,99, valor que também foi mantido em relação à semana anterior. Para o fim de 2026, a projeção permaneceu em R$6,00, sinalizando que os investidores ainda enxergam pressões cambiais no horizonte.

Confira mais detalhes abaixo:

Balança comercial e investimentos estrangeiros

A projeção do saldo da balança comercial para 2025 continuou em US$76,8 bilhões de superávit, enquanto para 2026 houve uma leve alta na estimativa, passando de US$79,05 bilhões para US$ 79,4 bilhões. Esses números indicam que o Brasil deve seguir com um saldo positivo nas exportações, ajudando a fortalecer as contas externas.

Por outro lado, a previsão para o ingresso de investimentos estrangeiros diretos no Brasil em 2025 permaneceu em US$70 bilhões, enquanto para 2026 houve um leve recuo, de US$74,5 bilhões para US$73,25 bilhões. Esse dado reflete uma possível cautela dos investidores internacionais em relação ao ambiente econômico brasileiro.

Impacto no consumidor e na economia

As projeções do Boletim Focus mostram um cenário desafiador para a economia brasileira nos próximos anos, com inflação acima da meta e juros elevados. Para o consumidor, isso significa perda de poder de compra, pois os salários nem sempre acompanham a alta dos preços. Além disso, o crédito mais caro pode dificultar o consumo e o investimento, afetando o crescimento econômico.

Com a inflação projetada acima do teto da meta em 2025 e a perspectiva de juros elevados, o Banco Central terá um desafio significativo para equilibrar o controle dos preços sem prejudicar ainda mais a atividade econômica. O mercado segue atento aos próximos movimentos do BC e do governo para ajustar suas expectativas e estratégias econômicas.

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