O Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) de março da Instituição Fiscal Independente (IFI) apontou que a desaceleração da economia deve ocorrer a partir do segundo trimestre de 2025. Essa projeção reflete o impacto das altas taxas de juros, que têm afetado diretamente o consumo e os investimentos, além de um crescimento mais modesto da massa salarial.
Desaceleração da economia e o impacto das altas taxas de juros
O aumento da taxa Selic, que atualmente está em 14,25% ao ano, tem pressionado a atividade econômica. O Banco Central (BC), com o intuito de controlar a inflação, segue com a política monetária restritiva, o que reduz a capacidade de consumo e aumenta os custos dos empréstimos. Embora o primeiro trimestre tenha mostrado um crescimento, em grande parte devido à safra recorde, a expectativa é de uma desaceleração no segundo trimestre, com a desaceleração da economia ganhando força.
O agronegócio e os efeitos da safra
Em janeiro, o IBC-Br, indicador que antecipa a atividade econômica, registrou um aumento de 0,9%, puxado pelo desempenho do setor agropecuário. A safra recorde contribuiu para um crescimento inicial robusto, mas, conforme o relatório da IFI, a tendência é que a economia perca fôlego a partir do segundo trimestre, à medida que os efeitos da alta de juros se intensificam.
Primeiramente, entenda, por meio de avaliações especializadas, o que está por trás da desaceleração da economia na reportagem abaixo:
Massa salarial e consumo
O crescimento da massa salarial, que é um dos motores do consumo, no entanto, deve ser mais modesto em 2025. Atualmente, a previsão de expansão é de apenas 4,1%, bem abaixo dos 6,5% registrados em 2024. Além disso, esse enfraquecimento da massa salarial, combinado com os juros elevados, certamente deve resultar na desaceleração da economia. Como consequência, o poder de compra das famílias diminui, assim como o consumo interno.
O papel do FGTS e a tentativa de impulsionar a economia
O governo federal, ciente da desaceleração da economia, tem adotado algumas medidas para estimular a demanda interna. O saque-aniversário do FGTS, por exemplo, foi uma das medidas aprovadas com o objetivo de atenuar os efeitos da desaceleração econômica. Segundo a IFI, esse movimento pode, ao menos parcialmente, aliviar a desaceleração esperada para os próximos trimestres, injetando recursos diretamente no consumo das famílias.
Desafios do governo para conter a desaceleração da economia
Além das medidas de estímulo, o governo também registrou um superávit primário de R$ 54,2 bilhões no primeiro bimestre de 2025. Esse valor supera o registrado no mesmo período do ano passado. Isso reflete um esforço do governo para manter a estabilidade fiscal, em um cenário de desaceleração da economia. No entanto, as medidas fiscais adotadas ainda não demonstraram grande impacto nas despesas, o que coloca em risco as projeções do governo para 2025.
Conclusão: O futuro da economia brasileira
Com o cenário atual, a desaceleração da economia é uma realidade que impacta diretamente os consumidores e empresários. As altas taxas de juros, a desaceleração da massa salarial e as políticas fiscais de contenção são os principais fatores que contribuirão para um crescimento mais lento nos próximos meses. O governo continuará tentando equilibrar a economia, mas a desaceleração da economia exigirá cuidado e estratégias de adaptação.