O preço do milho no Brasil atingiu o maior valor nominal desde abril de 2022, superando os R$ 90 por saca na última semana. Esse aumento expressivo reflete uma combinação de oferta restrita, demanda aquecida e estoques reduzidos, conforme aponta o indicador ESALQ/BM&FBovespa (base Campinas/SP), do Cepea.
Oferta limitada e demanda aquecida elevam o preço do milho
Desde o início de 2025, o preço do milho tem subido de forma acelerada. Em janeiro, a saca era cotada a R$ 72,94, enquanto há um ano estava em R$ 62,62. A oferta limitada, típica do primeiro semestre, e a colheita atrasada em importantes estados produtores, como Santa Catarina e Minas Gerais, contribuíram diretamente para essa valorização.
Estoques baixos também preocupam
Os estoques iniciais da safra 2024/25, portanto, estão em apenas 2,04 milhões de toneladas, bem abaixo dos 7,2 milhões de toneladas do ciclo anterior. Esse fator torna o mercado mais sensível a pressões de demanda, ampliando os efeitos da entressafra sobre o preço do milho.
Cadeia de proteínas enfrenta pressão com alta do preço do milho
A elevação do preço do milho tem impacto direto sobre os custos de produção de frangos, suínos e ovos, uma vez que o grão é base da ração animal. O analista Ênio Fernandes, da Terra Agronegócios, já esperava a valorização, considerando a conjuntura de oferta limitada e demanda firme.
Safra atrasada e cenário internacional agravam a alta no preço do milho
Embora a safra de verão 2024/25 projete um aumento de 8,3%, com colheita estimada em 24,8 milhões de toneladas, o ritmo atual está abaixo do esperado. Em Santa Catarina, por exemplo, apenas 62% da área foi colhida até 17 de março, contra uma média histórica de 72%. Além disso, fatores internacionais, como a disputa comercial entre China e Estados Unidos, também contribuem para sustentar o preço do milho em alta.
Primeiramente, entenda os detalhes do aumento do valor do milho no vídeo a seguir:
Perspectivas para o segundo semestre
Segundo Glauber Silveira, diretor-executivo da Abramilho, o mercado poderá ter algum alívio a partir de julho com a chegada da safrinha. Entretanto, até lá, o preço do milho deve permanecer elevado, com pouca margem para recuos significativos. A forte demanda da China, que já adquiriu 9 milhões de toneladas do cereal brasileiro neste ano, também sustenta o atual patamar.
O comportamento do preço do milho continuará sendo um ponto de atenção para produtores, consumidores e analistas do agronegócio nos próximos meses.









