Desde a pandemia da Covid-19, as ações do setor de educação vinham sofrendo quedas expressivas na Bolsa de Valores brasileira. No entanto, em um movimento surpreendente, o segmento começou a dar sinais de recuperação. Empresas como Cogna (COGN3), Yduqs (YDUQ3) e Ânima (ANIM3) registraram uma valorização de até 74% em menos de três meses, impulsionadas por mudanças estratégicas e pelo fortalecimento do ensino digital.
Recuperação após ações do setor da educação dispararem
Nos últimos cinco anos, o setor educacional enfrentou desafios significativos. O fechamento de instituições de ensino e o avanço do ensino a distância (EAD) obrigaram as empresas a reestruturar seus modelos de negócio. Como resultado, os preços das ações do setor de educação caíram drasticamente, com Cogna desvalorizando mais de 80% e Yduqs e Ânima perdendo cerca de 70% de valor desde 2020.
Contudo, os recentes balanços financeiros indicam uma retomada do crescimento, com o fortalecimento do EAD e a melhoria da eficiência operacional das instituições.
Veja mais detalhes sobre o setor que mais disparou na Bolsa em 2025:
Ensino digital impulsiona crescimento
A digitalização da educação provou ser um fator-chave na recuperação do setor. Os relatórios financeiros apontam que o ensino online já apresenta maior rentabilidade em comparação ao ensino presencial. No caso da Yduqs, por exemplo, enquanto a receita dos cursos presenciais foi de R$ 2,1 bilhões, o segmento digital gerou R$ 1,7 bilhão. No entanto, o lucro operacional do digital chegou a R$ 1,3 bilhão, superando os R$ 966 milhões do ensino tradicional.
A ampliação da infraestrutura digital e o uso de tecnologias como inteligência artificial, análise de dados e plataformas personalizadas são fatores que contribuem para a escalabilidade e eficiência das operações das empresas de ensino.
Demanda crescente por ensino superior
Outro fator que impulsiona as ações do setor de educação é o aumento da procura por cursos de ensino superior privado. Segundo o Censo da Educação Superior, o número de matrículas cresceu significativamente entre 2021 e 2023. A tendência reflete a busca por qualificação profissional em um mercado cada vez mais competitivo.
Além disso, iniciativas governamentais, como bolsas de estudo e financiamento estudantil, também contribuem para fortalecer o setor. No início de 2025, um novo programa foi lançado, destinando R$ 1.050 por mês para estudantes de licenciatura, o que pode beneficiar instituições privadas.
Oportunidade de investimento no setor
Apesar da forte valorização recente, especialistas do mercado financeiro indicam que as ações do setor de educação ainda estão abaixo dos patamares pré-pandemia. Analistas do BTG Pactual e da XP Investimentos veem potencial de alta e recomendam a compra de duas das três empresas mencionadas.
Contudo, o cenário macroeconômico ainda representa desafios. Taxas de juros elevadas dificultam o acesso ao crédito estudantil, impactando as matrículas em instituições privadas. Caso haja cortes na taxa Selic, o setor poderá se beneficiar ainda mais, impulsionando novas valorizações na Bolsa.
Perspectivas para o futuro
A transformação digital e a adaptação das empresas educacionais ao novo modelo de ensino são aspectos determinantes para o sucesso do setor. O crescimento da educação híbrida, a personalização do ensino e a oferta de cursos acessíveis e flexíveis são estratégias que devem continuar impulsionando as empresas listadas na Bolsa.
As ações do setor de educação demonstram recuperação significativa, mas o desempenho futuro dependerá de fatores econômicos, regulatórios e da capacidade das empresas em inovar e se adaptar às novas demandas do mercado educacional brasileiro.









